Em depoimento nesta quarta-feira ao Tribunal Misto que julga o processo de impeachment contra o governador afastado do Rio de Janeiro Wilson Witzel, o empresário Edson Torres afirmou que pagava propina ao ex-secretário de Saúde do governo de Witzel (PSC) Edmar Santos em troca de contratos com o governo.
Por Redação, com agências de notícias – do Rio de Janeiro
Em depoimento nesta quarta-feira ao Tribunal Misto que julga o processo de impeachment contra o governador afastado do Rio de Janeiro Wilson Witzel, o empresário Edson Torres afirmou que pagava propina ao ex-secretário de Saúde do governo de Witzel (PSC) Edmar Santos em troca de contratos com o governo.
Governador afastado do Rio, Wilson Witzel (PSC)O empresário também confirmou ter repassado R$ 980 mil a Witzel em 2018. Segundo ele, o valor foi entregue em parcelas a aliados do governador afastado, em uma das entregas, o próprio Witzel estava presente.
O valor seria uma espécie de “bônus” para assegurar a estabilidade financeira de Witzel, que largou a magistratura para se lançar na política. Torres chamou o valor de “caixa de subsistência”.
Questionado durante a oitiva, ele afirmou ter provas da entrega do dinheiro, extratos bancários e contas pagas referentes à campanha de Witzel.
A relação do empresário com o ex-secretário teria começado quando Edmar Santos era diretor do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Pasta da Saúde do Rio
De acordo com o empresário, o contato com Santos se tornou mais frequente depois que este assumiu o comando da pasta da Saúde do Rio.
– A minha relação política com Edmar cresceu durante o governo de Witzel. Eu fui procurado por uma pessoa a mando dele, sobre as empresas da minha família para pagar uma comissão àqueles contratos que eu executava. Eu paguei vantagens indevidas durante a gestão do Edmar Santos –reconheceu.
No depoimento, Torres explicou como era feita a partilha dos valores oriundos de propina pagos à Secretaria de Saúde.
– Algumas OSs (Organizações Sociais) faziam pagamentos e quem cuidava da arrecadação dividia proporcionalmente. Entre 2019 até maio ou junho de 2020, dos 100% arrecadados, 15% ficavam comigo, 15% com o (empresário) Vitor Hugo, 30% ficavam com o secretário Edmar e 40% iam para o (Pastor) Everaldo e para a estrutura de governo.
O esquema movimentado
O esquema teria movimentado entre R$ 50 milhões e R$ 55 milhões no período citado, segundo o empresário. As organizações sociais pagavam percentuais que giravam entre 3% e 6% do valor final dos contratos.