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Empresas de carga fazem protesto no Rio

27 de Junho de 2017, 12:18 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Os caminhões se deslocaram pela Avenida Brasil, pela pista central, em direção à Zona Oeste do Rio, organizados pelas empresas de cargas

Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro:

Cerca de 100 caminhoneiros fizeram nesta terça-feira um protesto contra o roubo de cargas no Estado do Rio de Janeiro. Os caminhões se deslocaram pela Avenida Brasil, pela pista central, em direção à Zona Oeste do Rio, organizados pelas empresas de cargas do Rio.

Empresas de carga fazem protesto e complicam trânsito no Rio

Segundo o diretor de Segurança do Sindicato da Empresas do Transporte de Cargas e Logística, Venâncio Moura. Os empresários querem a adoção de medidas contra esse tipo de crime. Segundo o Instituto de Segurança Pública, em abril deste ano. Foram registrados 1.032 casos de roubo de carga no Estado, 42% a mais do que no mesmo período do ano passado.

– Estes problemas vêm desestimulando os empresários a continuar com suas empresas de transporte de cargas no estado do Rio de Janeiro – disse Moura.

De acordo com o Centro de Operações Rio, o protesto causou reflexos em várias vias da cidades. Além da própria Avenida Brasil, houve trânsito lento na Via Expressa do Porto, Via Binário. Nas Avenidas Rio de Janeiro, Francisco Bicalho, no Viaduto do Gasômetro e no Trevo das Forças Armadas.

Seguranças mortos

Dois seguranças que faziam a escolta de um carro de entrega de cigarros, no Rio de Janeiro, foram mortos no mês passado. Um segurança ficou ferido. A ação dos criminosos ocorreu na rodovia que forma o Arco Metropolitano, na Baixada Fluminense. Cinco homens participaram do assalto.

Armados de fuzis e pistolas, os bandidos renderam os seguranças e mataram dois deles dentro do carro. Um segurança foi baleado do lado de fora. Em seguida, os criminosos roubaram um carro próximo ao local e fugiram. Levando também o veículo com a carga de cigarros.

O roubo de cargas vem crescendo no Rio de Janeiro. O número aumentou 40% este ano, em relação aos quatro primeiros meses do ano passado. O capitão Maicon Pereira, porta-voz da Polícia Militar. Disse que a rodovia que forma o Arco Metropolitano sofre ações constantes de criminosos. Faltam placas de sinalização no trajeto, o local é mal iluminado e cortado por várias comunidades. O Batalhão de Queimados está fazendo uma operação na comunidade de Guandú, de onde seriam os criminosos.

A Rodovia Raphael de Almeida Magalhães, conhecida como Arco Metropolitano do Rio de Janeiro. É uma autoestrada construída no entorno da Baixada Fluminense até Itaguaí.

Roubo de cargas aumenta em 20%

O roubo de cargas é um dos fatores de preocupação para o setor de varejo e tem provocado prejuízos e custos que chegam a ser repassados nos preços em até 20% de alguns produtos vendidos em supermercados. A informação é do presidente da Associação de Supermercados do Rio de Janeiro (Asserj). Fábio Queiroz, que participou na terça-feira do 1º Fórum de Prevenção de Perdas, organizado pela entidade.

– Pelo aumento dos custos com seguro, com segurança armada, com frete que, para o Rio de Janeiro hoje é mais caro, com operações de logística. Isso tudo onerou e o consumidor já paga esta conta. Já está repassado no preço – disse.

Além dos supermercados, o encontro reuniu representantes de diversos segmentos do varejo e serviu para discutir os principais tipos de perdas no varejo, como evitá-las e, com isso, melhorar o resultado até mesmo no preço final para o consumidor.

Segundo o dirigente, os roubos de cargas no estado do Rio está em fase de monitoramento do setor, que tem um reforço na segurança com a chegada de 300 militares da Força Nacional para diminuir os registros.

Crescimento de roubos

O gerente de Estudos de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Riley Rodrigues, disse, no encontro, os números da pesquisa feita pela entidade, que mostra que houve 97.786 roubos de cargas no Brasil entre 2011 e 2016, que geraram perda de R$ 6,1 bilhões.

Conforme a pesquisa, em 2016 foi registrado o maior crescimento de roubos de carga, alcançando 4.056 casos acima do que foi anotado no ano anterior. Conforme o estudo, o Rio com aumento de 2.637 casos, e São Paulo, com alta de 1.453 casos, puxaram o crescimento na comparação entre os dois anos.

– A gente tem carretas roubadas de arroz, de feijão, de biscoito. Produtos que era inimaginável que seriam roubados. Cada vez mais é maior os produtos atingidos pelos roubos de cargas e cada vez mais o repasse em cima deles é maior, até mesmo em produtos de cesta básica – disse. “A gente perde tudo. Só recupera o caminhão”.

Mudanças

Para combater o roubo de cargas, o varejo investe em mais escoltas armadas, em logística com alteração de rotas e de horários. De acordo com Queiroz, em decorrência dos roubos, as apólices de seguro encareceram e nem todas as seguradoras aceitam fazer contratos. “Tem que correr atrás de seguradoras que queiram segurar estas cargas, porque nem todas estão dispostas a assumir este risco. Mudamos a nossa rotina. Temos que trabalhar com estoques maiores com medo de não entregarem e haver o desabastecimento do produto”, disse.

Na visão do empresário, no Rio de Janeiro, os casos se agravaram após “o colapso econômico do estado”, que resultou em menos equipamentos para a polícia, salários atrasados e greves de agentes causando ainda a redução de registros nas delegacias durante os períodos de paralisação da categoria. Para o dirigente, a venda de produtos roubados tem despertado criminosos que veem nela mais uma fonte de renda. “Hoje virou uma das fontes de custeio do tráfico. É um crime que subsidia outros tão ruins quanto”, disse.

Margem de lucro

Queiroz disse que a margem de lucro do varejo é sempre muito apertada e, neste momento econômico do país, em que está difícil crescer as vendas, é preciso avaliar onde o setor pode administrar melhor a prevenção de perdas, com consequente redução de despesas e aumento de lucratividade.

– O empresário vai ficar diante de um dilema com a lucratividade aumentada. Ou reinveste no próprio negócio, abre mais lojas e gera mais empregos; ou diminui o preço para o consumidor e ganha em competitividade no mercado. Aí cada empresa vai tomar a decisão. Por isso é importante a gente ter este tipo de debate, sobretudo, no momento econômico que atravessamos  – disse.

Furtos nas lojas

De acordo com o presidente, além do roubo de cargas, o varejo enfrenta os furtos de produtos nos estabelecimentos por clientes e empregados, que dependendo do segmento podem ser de valor mais elevado, como em lojas de eletrodomésticos e eletrônicos.

– A gente tem isso em supermercados também, mas, em regra, os nossos produtos não têm valores agregados tão importantes como os deles – disse. Para este caso, é mais interessante investir no treinamento dos empregados para alcançar a redução de perdas. “É mais eficaz do que colocar seguranças dentro das lojas, embora eles sejam imprescindíveis, mas não significa que aumentar o quadro vai obter os mesmos resultados, porque ainda está aumentando os gastos”.

Outro fator de perdas apontado por Queiroz, que pode comprometer o trabalho e os resultados dos supermercadistas é a ruptura, causada pela ausência do produto nas prateleiras. “Por algum motivo aquele produto não está na gôndola. Por exemplo, não comprou, não entregou e, mesmo estando no estoque, não repôs”, disse.

Os empresários enfrentam ainda perdas com danos a produtos nas lojas ou em questões jurídicas, quando um consumidor contesta prejuízos como um acidente dentro das lojas ou a venda de produtos com datas vencidas.

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Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/empresas-de-carga-fazem-protesto-no-rio/

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