Segundo Oliveira, ainda não é possível estimar se o impacto final será maior do que o registrado na pandemia. Ao todo, foram R$ 7,5 bilhões pagos apenas em seguros de vida para as vítimas de covid-19, sem contar os custos dos planos de saúde. Segundo a confederação, o maior impacto já registrado pelos gaúchos, por enquanto, vem das apólices de automóveis.
Por Redação – de São Paulo
Em relatório liberado nesta sexta-feira, a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) revela que os sinistros já acionados no Rio Grande do Sul, devido às enchentes no Estado gaúcho, já somam um impacto estimado em R$ 1,673 bilhão. O número, no entanto, tende a crescer muito ainda, antes de ser fechado pelas empresas do setor.
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Até agora, apenas uma pequena parcela dos clientes acionou suas seguradoras que, por sua vez, não conseguiram avaliar de forma adequada o custo real dessas ocorrências. Foram 23.441 sinistros reportados até o fim do expediente, na véspera.
— Seguramente, o valor final será muito maior. Sem dúvida, essa é a maior indenização de um único evento que o setor já enfrentou no país — afirmou Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, em coletiva à imprensa, na manhã desta sexta-feira.
Cobertura
Segundo Oliveira, ainda não é possível estimar se o impacto final será maior do que o registrado na pandemia. Ao todo, foram R$ 7,5 bilhões pagos apenas em seguros de vida para as vítimas de covid-19, sem contar os custos dos planos de saúde.
— Na pandemia, o setor excepcionalmente ofereceu uma cobertura maior, pois essa cobertura (contra pandemia) não era um produto ofertado no mercado, e o seguro de vida assumiu essa responsabilidade. No caso das enchentes, era um produto ofertado pelo mercado. As pessoas optaram por não contratar — acrescentou o executivo.
Segundo a confederação, o maior impacto já registrado pelos gaúchos, por enquanto, vem das apólices de automóveis. São 8.216 sinistros acionados, que somam um custo estimado em R$ 557,4 milhões.
Impacto
O maior número de ocorrências informadas, porém, é em seguros residenciais e habitacionais. São 11.396 sinistros informados, com um custo potencial de R$ 239,2 milhões.
— Em automóveis é mais fácil estimar o impacto, porque o seguro total, que mais de 90% das pessoas contratam, tem cobertura para alagamentos. Em residencial, porém, a cobertura para alagamento é muito baixa — calcula Oliveira.
Segundo a CNseg, o impacto no agronegócio deve ser menor do que as secas que a região enfrentou nos últimos anos. Por enquanto, são 993 avisos de sinistro, com uma estimativa de impacto de R$ 47 milhões
— As secas de 2022 foram muito severas no agro, em particular no Rio Grande do Sul. Mas, esse número, certamente, será muito maior à medida que os sinistros forem efetivamente avisados e as indenizações estimadas — pontuou Oliveira.
Apólices
Apesar dos altos valores, as seguradoras estão com recursos em caixa, com robustas reservas técnicas.
— O sistema brasileiro está plenamente preparado. As seguradoras têm recursos o suficiente para arcar com esse evento — afirmou Oliveira.
Devido à tragédia, o setor prorrogou o vencimento das apólices na região e está concedendo algumas indenizações sem necessidade de averiguação, em poucos dias.