Por Redação, com Reuters – de Berlim:
O presidente-executivo da marca alemã Adidas, Herbert Hainer, afirmou nesta quinta-feira que apesar do escândalo de corrupção em que a Fifa está passando, não prejudica a imagem da marca, seu patrocinador de longa data.
A Adidas informou que a venda de seus produtos relacionados ao futebol aumentou 19 % no terceiro trimestre deste ano, ajudada pelo lançamento das novas chuteiras “ACE” e “X” e os uniformes feitos para seus novos parceiros, o Manchester United e a Juventus, campeã italiana.
– A imagem dos nossos produtos nunca foi melhor, por isso estou totalmente convencido de que os consumidores diferenciam claramente entre nós como empresa e marca e o que está acontecendo na Fifa, disse Herbert Hainer em teleconferência com jornalistas.
A Adidas fornece as bolas da Copa do Mundo desde 1970, e dois anos atrás ampliou sua parceria com a Fifa até 2030.
No mês passado, a empresa enfrentou críticas por se recusar a se unir com outros grandes patrocinadores que pediram a saída imediata do presidente da Fifa, Joseph Blatter, depois que autoridades suíças iniciaram uma investigação criminal sobre o dirigente.
Blatter negou qualquer irregular, mas em outubro o comitê de ética da Fifa suspendeu o suíço por 90 dias, assim como o presidente da Uefa, Michel Platini, até então considerado o favorito para assumir o lugar de Blatter na eleição de fevereiro.
Hainer afirmou que a Adidas pediu reformas na entidade que administra o futebol mundial ainda antes da Copa realizada no Brasil no ano passado, e que tem confiança de que o comitê de ética da Fifa tornará a entidade mais transparente, acrescentando que a Adidas mantém um “diálogo constante” com a Fifa e o comitê.
Hainer disse que a Adidas não tem parte no escândalo envolvendo um pagamento da Fifa à Associação Alemã de Futebol (DFB, na sigla em alemão), mas também afirmou que espera que a associação, que a Adidas também patrocina, irá fazer de tudo para esclarecer o assunto.
Policiais e auditores fiscais fizeram uma operação na sede da DFB na quarta-feira para investigarem uma suspeita de evasão fiscal relacionada com a concessão da sede do Mundial de 2006 para a Alemanha.
No centro da investigação está um pagamento de 6,7 milhões de euros da DFB à Fifa que a revista Der Spiegel afirmou ser a devolução de um empréstimo concedido pelo então CEO da Adidas, Robert-Louis Dreyfus, para ajudar a comprar votos para a campanha alemã de 2000 na qual o Mundial foi concedido ao país.