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Ex-bombeiro vai a júri popular por morte de Marielle e Anderson

20 de Agosto de 2024, 12:53 , por Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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A decisão, tomada pelo juiz Gustavo Kalil, atendeu a um pedido do Ministério Público. Ainda não há data para a realização do júri. O magistrado também manteve a prisão preventiva de Suel.

Por Redação, com CartaCapital – do Rio de Janeiro

A Justiça do Rio de Janeiro vai enviar a júri popular o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, que é acusado de participação na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.

O ex-bombeiro conhecido como ‘Suel’ vai a júri popular

A decisão, tomada na segunda-feira pelo juiz Gustavo Kalil, atendeu a um pedido do Ministério Público. Ainda não há data para a realização do júri. O magistrado também manteve a prisão preventiva de Suel.

O acusado está preso desde julho de 2023 por conta da delação premiada do ex-policial militar Élcio Queiroz.

Na colaboração, Élcio acusou Suel de ter conseguido um carro clonado para executar o assassinato de Marielle e Anderson. Segundo o depoimento, Suel também teria sido o responsável por descartar o veículo após o crime.

Élcio, por outro lado, apontou à Polícia Federal que Suel não sabia que o veículo seria usado para o crime. “Em momento algum ele soube da morte. Ele só soube da morte após o crime, horas depois. Horas não, talvez menos de uma hora depois”, afirmou Élcio aos investigadores.

Suel, por sua vez, nega que tenha tido contato com veículo utilizado no homicídio, assim como sustenta que não sabia do planejamento para o crime.

A defesa do ex-bombeiro ainda não se pronunciou sobre a decisão tomada pela Justiça do Rio.

‘Marielle foi meu escudo’, diz sobrevivente em depoimento

Fernanda Chaves, ex-assessora da vereadora Marielle Franco, prestou depoimento no último dia 12 ao Supremo Tribunal Federal.

Única sobrevivente do atentado, Fernanda estava, ao lado de Marielle, no carro que foi metralhado pelo ex-policial militar e réu confesso Ronnie Lessa, em março de 2018. O veículo era conduzido pelo motorista Anderson Gomes.

Fernanda foi arrolada pela Procuradoria-Geral da República na ação penal na qual são réus pelo assassinato de Marielle e de Anderson Gomes o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Brazão, o irmão dele, Chiquinho Brazão, deputado federal (sem partido-RJ), o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa e o major da Policia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos respondem pelos crimes de homicídio e organização criminosa e estão presos.

Durante o depoimento, Fernanda relatou os momentos que antecederam o crime. Ela disse que a rajada de tiros foi curta. Ao ser atingido, o corpo da vereadora reclinou sobre a assessora, que estava abaixada no chão do veículo.

– Não fui atingida porque Marielle foi meu escudo – afirmou Fernanda.

A ex-assessora também falou sobre o momento em que Anderson Gomes foi atingido. “Anderson esboçou dor, soltou um ‘ai’ abafado. Eu olhei entre os bancos da frente e percebi que as mãos dele, que estavam no volante, se soltaram”, relatou.

A depoente também confirmou que a vereadora defendia pautas de habitação em áreas da Zona Oeste do Rio de Janeiro, comandadas por milícias.

– A agenda do mandato dela nessas áreas aconteceu. A assessoria da pauta de urbanismo esteve em alguns momentos em agendas na Zona Oeste. É complicado dizer ‘áreas de milícias – atribuir território a criminosos, mas, sim, tinha um trabalho sobre isso. Marielle fez essa interlocução com a Defensoria Pública para tratar desse tema”, completou.

De acordo com a Polícia Federal, o assassinato ocorreu a mando dos irmãos Brazão, com a participação de Rivaldo Barbosa, e foi motivado para proteger interesses econômicos de milícias e desencorajar atos de oposição política de Marielle. A base da acusação é a delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, réu confesso da execução dos homicídios.

Os réus arrolaram 70 testemunhas de defesa na ação penal. Os depoimentos dos réus serão realizados somente no fim do processo.

Durante o julgamento que transformou os acusados em réus, as defesas se pronunciaram e rejeitaram as acusações de participação no homicídio da vereadora.


Fonte: https://www.correiodobrasil.com.br/ex-bombeiro-vai-juri-popular-morte-marielle-anderson/

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