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Expurgo iniciado por Temer afasta tucanos, que preparam a revoada

17 de Agosto de 2017, 15:11 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Pressão de aliados por cargos e benesses aumenta e ameaça os cargos dos tucanos no governo Temer.

 

Por Redação – de Brasília

 

Pressionado por parlamentares dos partidos ligados à extrema-direita, no chamado ‘Centrão’, o presidente de facto, Michel Temer iniciou, nesta quinta-feira, o expurgo daqueles deputados que votaram para que ele fosse processado no Supremo Tribunal Federal (STF). Os ‘infiéis’, como são tratados, são os alvos primários das retaliações. Ao todo, cerca de 40 parlamentares deverão ser punidos com a perda de cargos na máquina pública.

Temer joga todas as suas fichas na base aliada que ainda imagina manter no Congresso

Temer iniciou uma série de expurgos contra os ‘infiéis’, que agora pode atingir os tucanos

Com as nomeações para os cargos em aberto após o expurgo, o governo também espera acalmar o ‘Centrão’. Seus integrantes seguem na busca por mais cargos. Eles ameaçam acatar novas denúncias e bloquear a aprovação do novo déficit fiscal, ampliado para R$ 159 bilhões. A reforma da Previdência também encontra-se em suspenso. O líder do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE), e o secretário de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), estão à frente das negociações.

Jereissati no comando

Imbassahy, no entanto, enfrenta o repúdio dos parlamentares da ‘base aliada’, por pertencer ao PSDB. O partido votou dividido quanto ao processo de Temer no STF e tem batido pesado no governo. Nesta quinta-feira, os tucanos passaram a veicular sua propaganda partidária no rádio e na TV.

Na peça publicitária, o partido acusa abertamente a gestão de Michel Temer pela pratica do “presidencialismo de cooptação”. Na tela, aparecem bonequinhos num desenho animado recebendo favores. Num dado momento, no olho de um deles aparece um cifrão.

“Presidencialismo de cooptação é quando um presidente tem que governar negociando individualmente com políticos ou com partidos que só querem vantagens pessoais e não pensam no país. Uma hora, apoia. Outra, não. E quando apoia, cobra caro”, diz o locutor do programa tucano.

O programa do PSDB foi aprovado, de forma quase monocrática, pelo senador Tasso Jereissati (CE). Ele aprovou o conteúdo que; além de acusar o governo Temer de praticar fisiologia, também lembra que ele enfrenta “grandes dificuldades para governar e unir os brasileiros”. O peemedebista está “sem força para governar e sem apoio popular”, acrescenta.

Ninho dividido

Desde que foi empossado após a queda da presidenta Dilma Rousseff (PT), os tucanos mantêm suas reservas quanto ao governo de Michel Temer. Aderiram ao golpe de Estado, em curso, no entanto, por acreditar que o atual mandatário carregaria as condições necessárias à aprovação de medidas suficientes para retirar direitos dos trabalhadores; como no caso da reforma trabalhista.

A partir do escândalo da Friboi, em 17 de maio último, no entanto, o partido se dividiu. Um setor, composto na sua maioria por deputados, passou a exigir a saída imediata do governo. O grupo é conhecido como “cabeças pretas”. Outra ala, porém, integrada por assessores do governo e políticos mais reacionários, como o senador José Serra (PSDB-SP), opuseram-se ao desembarque da base de apoio ao governo imposto.

Atualmente, o PSDB mantém quatro cargos no primeiro escalão. São eles Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores), Antonio Imbassahy (Secretaria Geral), Bruno Araújo (Cidades) e Luislinda Valois (Direitos Humanos). Os depoimentos de Joesley e Wesley Batista, contudo, abalaram o ninho tucano. O presidente nacional licenciado da legenda, senador Aécio Neves (MG), foi acusado de receber propina da direção da empresa JBS. Há 1 pedido de prisão contra ele, até hoje, pendente no STF.

Rede nacional

Com a crise instalada, Aécio foi afastado da direção nacional. E substituído, interinamente, por Jereissati. Este, todavia, já deixou claro que não pretende fazer qualquer tipo de concessão. Passou a defender, de forma clara, o desembarque do PSDB do governo Temer.

O programa de TV do PSDB, aprovado por Jereissati, também não economiza nas críticas aos congressistas. Saiba, adiante, o que diz o programa agendado para a noite desta quinta-feira, em rede nacional de rádio e TV:

“O PSDB sabe que é hora de assumir os seus erros.

Corrupção

Acabamos aceitando como natural o fisiologismo, que é troca de favores individuais e vantagens pessoais em detrimento da verdadeira necessidade do cidadão brasileiro. Temos que revisar nossos erros. Temos que nos conectar com as pessoas.

“Erramos cada vez que cedemos ao jogo da velha política. Mas se tem um erro que nós não vamos cometer é o de defender o indefensável porque tudo isso JÁ PASSOU DA HORA DE MUDAR. E esse é o único caminho para construir um país mais ético, mais justo, mais confiante no seu futuro.

“É hora de pensar no país

Ditadura

“O Brasil está atravessando uma grave crise política. Não é a primeira. Mas é sem dúvida a pior da história da República. Os escândalos de corrupção, revelados nos últimos governos, abalaram a confiança do nosso povo.

“E não atingiu só as empresas e os políticos acusados. É a política toda que está sendo questionada. A crise de credibilidade é generalizada. Quem já não ouviu, postou ou falou aquela frase “político é tudo igual”?

“A verdade é que o modelo político praticado desde o fim da ditadura está falido. Pode ter funcionado no passado. Mas ficou antigo e ganhou muitos vícios.

Manifesto

“Desde o fim da ditadura os brasileiros elegeram 4 presidentes pelo voto direto. Dois deles saíram por impeachment. Ou seja, metade dos presidentes eleitos não completou seus mandatos.

“Agora, depois do mensalão, depois do petróleo, temos mais um presidente enfrentando grandes dificuldades para governar e unir os brasileiros. Será que basta mudar de governante? Será que não está na hora de mudar a maneira como se governa?

“Há quase 30 anos O PSDB nasceu pela necessidade de defender a democracia. Nasceu longe das benesses oficiais, mas perto do pulsar das ruas. Queremos agora fazer o que diz o nosso manifesto de fundação de 1988.

“Queremos convocar o povo brasileiro para prosseguir a luta pelas mudanças com energia redobrada através da via democrática e não do populismo personificado e do autoritarismo concentrados do poder de riqueza.

Cooptação

“A mudança que o Brasil precisa é a mudança que o PSDB defendeu em seu manifesto de criação em 1988: o parlamentarismo.
“Pois é. Governos em crise. Presidentes sem força para governar e sem apoio popular. Tudo isso está acontecendo agora. Mas tudo isso já é muito antigo também

“E onde está o problema? Nas pessoas apenas? Não existe salvador da pátria. O problema está no sistema. No chamado “presidencialismo de coalizão”, que no Brasil virou “presidencialismo de cooptação”.

“O que é o presidencialismo de cooptação?

‘Toma lá, dá cá’

“Melhor traduzir, né?

“Presidencialismo de cooptação é quando 1 presidente tem que governar negociando individualmente com políticos ou com partidos que só querem vantagens pessoais e não pensam no país. Uma hora, apoia. Outra, não. E quando apoia, cobra caro.

“Quer dizer que o parlamentarismo resolve tudo isso? Não, mas o parlamentarismo obriga com que todos eles tenham mais responsabilidades. Dessa forma, o governo não se contamina com aquele velho toma lá, da cá”.

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Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/expurgo-iniciado-por-temer-afasta-tucanos-que-preparam-revoada/

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