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Fachin, Joesley, Janot e o mistério da corrupção premiada

23 de Junho de 2017, 18:11 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Nada disso impede que se manifeste a surpresa, a incompreensão e mesmo a indignação com a excessiva generosidade do prêmio concedido ao corrupto Joesley Batista, que confessou, com insolente desenvoltura, a compra e o suborno de políticos de todos os partidos para favorecimento e lucros pessoais e empresariais: distribuiu milhões de reais em propinas, abriu e operou contas na Suíça em nome de políticos, tentou obstruir a Justiça com a compra do silêncio de um criminoso seu aliado, e afirmou controlar um procurador e até mesmo ministros do Supremo Tribunal Federal.

Por Sérgio C. Buarque, Editorial Revista Será?, do Recife:

A decisão do STF mostra-nos que chegamos ao fundo do poço

A decisão do STF – Supremo Tribunal Federal confirmando a homologação da delação premiada do Grupo J&, e o poder de homologação do relator foi fundamental para evitar a insegurança jurídica e o enfraquecimento do mecanismo que vem contribuindo decisivamente para o desmonte da corrupção no Brasil.

Mesmo com todo o descrédito das instituições brasileiras, o Brasil deve confiar na responsabilidade e na seriedade de um ministro da mais alta corte para aceitar a delação com os respectivos prêmios.

Nada disso impede, contudo, que se manifeste a surpresa, a incompreensão e mesmo a indignação com a excessiva generosidade do prêmio concedido ao corrupto Joesley Batista, que confessou, com insolente desenvoltura, a compra e o suborno de políticos de todos os partidos para favorecimento e lucros pessoais e empresariais: distribuiu milhões de reais em propinas, abriu e operou contas na Suíça em nome de políticos, tentou obstruir a Justiça com a compra do silêncio de um criminoso seu aliado, e afirmou controlar um procurador e até mesmo ministros do Supremo Tribunal Federal.

E no entanto, com esta lista enorme de graves crimes, o megaempresário mafioso foi premiado com total liberdade, e punido apenas com a multa de alguns milhões de reais, que pouco representa diante dos enormes benefícios ilegais obtidos pelo suborno. É verdade que a lei que criou a delação premiada permite o perdão total dos crimes em casos excepcionais, ressalvando que, “em qualquer caso, a concessão do benefício levará em conta a personalidade do colaborador, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do fato criminoso, e a eficácia da colaboração”.

Será que estes elementos justificam o perdão completo dado ao delator Joesley? É inaceitável que um dos maiores chefes da corrupção no Brasil, que enriqueceu com favores do Estado e dos políticos, continue usufruindo a liberdade e os benefícios da corrupção.

Os brasileiros devem aceitar a decisão do ministro Edson Fachin, respeitando a alta corte de justiça do Brasil. Mas o ministro e o procurador Rodrigo Janot ficam devendo uma explicação à sociedade brasileira sobre o tratamento privilegiado concedido ao delator Joesley Batista.

(Publicado originalmente no site Será? Penso logo duvido – http://revistasera.ne10.uol.com.br/178-2/opiniao/)

…………………..

NÃO HÁ MEIO TERMO: FACHIN TEM DE SER AFASTADO DO STF OU REINALDO AZEVEDO PROCESSADO COMO CALUNIADOR.

Por Celso Lungaretti, de São Paulo:

 
Poderá ser Fachin quem receba o cartão vermelho…
O jornalista Reinaldo Azevedo fez acusações gravíssimas contra o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal:

— quando visitava senadores para angariar apoio à sua pretensão de tornar-se ministro do STF, Fachin teria estado num jantar com Joesley Batista, na mansão do empresário em Brasília, lá permanecendo das 21 horas até as 6 horas do dia seguinte; 

— um dos presentes teria sido o senador Renan Calheiros, que até então não estaria vendo Fachin como um bom nome para o Supremo; 

— depois da longa conversa, Calheiros teria mudado de opinião.

Há mais, segundo RA:

Todo mundo sabe em Brasília que Fachin visitou o gabinete de alguns senadores, quando ainda candidato ao posto, escoltado por ninguém menos do que Ricardo Saud, que vinha a ser justamente o homem da mala da J&F. Era ele que pagava boa parte dos benefícios a quase 2 mil políticos, na contabilidade admitida pelo próprio Joesley.

…dependendo de qual deles consiga botar os pingos nos is.
Ou seja, insinuações à parte, a J&F teria atuado efetivamente em favor da candidatura de Fachin ao Supremo, com este, contudo, não se declarando depois impedido de aprovar a delação premiada dos executivos dessa empresa.
 
Se isto for verdade, Fachin terá descumprido seu dever de distanciar-se de um processo com o qual teria envolvimento de ordem pessoal. 

Pior: desempenhou papel decisivo para que fosse aprovada a criticadíssima delação premiada da J&F, dando ensejo a que sua atuação possa agora ser vista como retribuição do favor prestado por um bandido.

 
Inexistindo um esclarecimento convincente do Fachin, não só sua decisão relativa à delação da J&F teria de ser anulada, como a relatoria do petrolão precisaria trocar de mãos e sua própria condição de ministro do Supremo se tornaria insustentável.

Se, pelo contrário, ele comprovar que tudo não passa de uma falsidade, tem de tomar imediatamente as mais rigorosas providências possíveis contra o autor de tão infamante calúnia.

 
Trata-se de um episódio que clama por esclarecimento cabal e punição exemplar, seja do que terá escondido uma informação que o desqualificaria para uma tarefa importante, seja do que terá espalhado aos quatro ventos uma mentira cabeluda. 
 
A única coisa que não pode é nada acontecer a nenhum dos dois.
 
Colunas de Sérgio C. Buarque, editor da Revista Será?, e de Celso Lungaretti, editor do Náufrago da Utopia.
 
Direto da Redação é um fórum de debates editado pelo jornalista Rui Martins.

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Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/fachin-joesley-janot-e-o-misterio-da-corrupcao-premiada/

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