A decisão dava aos manifestantes um prazo de três horas – a partir da notificação – para desmobilizar o protesto e autorizava a utilização de força policial em caso de descumprimento
Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro:
A Vara Única da Comarca de Piraí, no estado do Rio de Janeiro, acolheu pedido de liminar dos advogados do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, visando a reintegração de posse da Fazenda Santa Rosa, ocupada no início da manhã de terça-feira por manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). As terras são de Teixeira.
Fazenda de ex-presidente da CBF é desocupada pelo MST no Rio
A decisão dava aos manifestantes um prazo de três horas – a partir da notificação – para desmobilizar o protesto e autorizava a utilização de força policial em caso de descumprimento.
A liminar determinou ainda que um oficial de justiça cumprisse a decisão e identificasse os líderes do movimento. O número de acampados e possíveis bens que foram objeto de dano. Ficou também fixada multa diária de R$ 30 mil em caso de nova ocupação.
O MST cumpriu a decisão e desocupou a fazenda na manhã de quarta-feira. Após a realização de um último ato político. A ocupação da fazenda Santa Luzia, em Piraí, foi feita por 350 famílias. Segundo o MST, como parte da Jornada Nacional do MST em defesa da Reforma Agrária. O ato ocorre em outras partes do país e também marca o Dia do Trabalhador Rural.
MST acusa Ricardo Teixeira
Em seu site, o MST afirma que Teixeira é um “notório denunciado” e “não só desencadeou todo um sistema de estelionato sobre o futebol e lavagem de dinheiro no Brasil. Segundo estimam procuradores do Ministério Público Federal, como sua expertise em corrupção no futebol é pauta do FBI e da polícia espanhola”.
Ricardo Teixeira teve um mandado de prisão expedido pela justiça espanhola. A Procuradoria Geral da República já pediu às autoridades do país europeu acesso às investigações. O ex-dirigente é investigado pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa na Espanha. Como ele é brasileiro nato, não pode ser extraditado. Mas os procuradores buscam uma forma de viabilizar as investigações no Brasil.
– Quando a documentação for recebida pela Secretaria de Cooperação Internacional da Procuradoria Geral da República, vai ser encaminhada ao Ministério Público Federal no Rio de Janeiro. Que irá analisar o caso e tomar as medidas cabíveis – diz a nota do Ministério Público Federal.
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