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Festival de Berlim lembra a perseguição aos ciganos

Febbraio 9, 2017 19:33 , by Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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A abertura do Festival Internacional de Cinema de Berlim foi com um filme relembrando a perseguição nazista aos ciganos – Django de Etienne Comar. Conta esse lado de cigano perseguido, ao lembrar o ícone musical dos anos 40 e 50 na Europa, o guitarrista Django Reinhardt, criador do chamado jazz cigano.

Por Rui Martins, do Festival Internacional de Cinema de Berlim:

Com filme sobre o grande guitarrista Django Reinhardt, Festival de Berlim lembra perseguição nazista aos ciganos

Com filme sobre o grande guitarrista Django Reinhardt, Festival de Berlim lembra perseguição nazista aos ciganos

Django, filme de abertura do 67.Festival Internacional de Cinema de Berlim, de Etienne Comar com Reda Kateb no papel principal, é um dos raros que abordam a questão da perseguição dos ciganos pelos nazistas.

Trata-se de um filme biográfico, biopic na linguagem cinematográfica, contando de maneira romanceada a vida de alguém importante. Django Reinhardt foi um dos grandes guitarristas europeus dos anos 40 e 50, tendo tocado com os grandes do jazz americano e feito uma tournée com Louis Armstrong pelos Estados Unidos

Apesar de ter dois dedos atrofiados em consequência de um incêndio, era um virtuoso da guitarra, com sua banda tocava swing, blues e principalmente jazz, tendo sido um ícone da música popular em Paris, na época da Ocupação.
No seu momento de maior prestígio, sentindo-se ameaçado por ser cigano, nascido na Bélgica, quando seus pais viajavam pela Europa em roulottes, decidiu fugir para a Suíça.

O filme Django deixa em suspenso se o guitarrista foi ou não acolhido pelos suíços, em 1943, mas o diretor Ettiene Comar, falou de uma rápida acolhida, seguida de um retorno à França, para a cidade de Toulon, onde possuía parentes.

Em Toulon, Django permaneceu incógnito, mas retornou a Paris, depois da Libertação quando compôs um Réquiem para seus irmãos ciganos, composto para órgão, orquestra e coro. Essa composição foi executada apenas uma vez, em Paris, dedicada a todos os ciganos massacrados pelos nazistas. A maior parte da partitura se perdeu, porém o diretor do filme, Etienne Comar, obteve uma reconstituição para as cenas finais do filme com fotos de ciganos mortos nos campos de concentração nazistas.

Django não é um filme biográfico típico. Etienne Comar, seu realizador, preferiu colar a imagem de Django no contexto das perseguições contra os ciganos, alvos do mesmo extermínio projetado pelos nazistas para os judeus.

E essa história de perseguição étnica, num momento de guerra, se reveste de grande atualidade. Ao ver os ciganos perseguidos, os espectadores se conscientizam de que hoje o mundo revive um momento de guerra e perseguição, gerador de centenas de milhares de refugiados.

E a história se repete interpretada por outros líderes mundiais no papel dos mesmos personagens. Django não é um filme de entretenimento porque pode provocar má consciência nos espectadores. Fechar a Europa e as Américas aos refugiados?

Quem quer ter hoje o papel de Hitler, na nova encenação do drama vivido nos anos 30 pela humanidade? Qual será o papel escolhido por Donald Trump?

Rui Martins está em Berlim, convidado pelo Festival Internacional de Cinema.

 

O post Festival de Berlim lembra a perseguição aos ciganos apareceu primeiro em Jornal Correio do Brasil.


Source: http://www.correiodobrasil.com.br/festival-de-berlim-lembra-perseguicao-aos-ciganos/

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