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Fillon, ultraconservador neoliberal, vence na França

20 de Novembro de 2016, 21:07 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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O provável candidato da direita na próxima eleição presidencial francesa, François Fillon, tem um programa semelhante ao de Trump e da inglesa Thatcher. Mais horas de trabalho, menos alocação por desemprego e revisão do casamento para homossexuais estão entre as medidas reacionárias propostas.

Por Rui Martins, de Genebra:

Direita francesa pode ter um candidato ultraconservador para a Presidência

Direita francesa pode ter um candidato ultraconservador para a Presidência

O primeiro turno das eleições para escolha do candidato da direita francesa para a próxima eleição presidencial sagrou o ex-primeiro-ministro François Fillon com mais de 40% dos quatro milhões de votos em toda França.

Em segundo lugar, bem distante, ficou Alain Juppé, o atual prefeito de Bordeaux, com cerca de 27% dos votos, classificando-se assim para o segundo turno, no próximo domingo. Juppé foi primeiro-ministro no governo de Jacques Chirac, obrigado a se demitir por ter se tornado impopular. Mais tarde foi ministro de Nicolas Sarkozy. Em 2004, foi condenado pela Justiça no caso dos empregos fictícios na Prefeitura de Paris, beneficiando-se de sursis mas inelegível por um ano.

A surpresa foi a eliminação nessa eleição primária, inspirada pelo modelo americano, do ex-presidente Nicolas Sarkozy que, ao reconhecer sua derrota, apelou aos seus eleitores para votarem em François Fillon, com o qual tem maior identificação em termos de programa político. Diante dessa provável transferência de fotos fica praticamente certa a vitória de Fillon, podendo ocorrer mesmo uma renúncia de Juppé, para marcar uma forte unidade dentro da direita e do centro.

Para a direita francesa, o candidato escolhido enfrentará Marine Le Pen, da Frente Nacional, extrema-direita, no segundo turno das eleições francesas, no dia 7 de maio, dentro de seis meses. Uma derrota dos socialistas é tida como certa pela imprensa e observadores, diante da impopularidade do presidente socialista François Hollande, embora Hollande não tenha ainda se decidido a pleitear um novo mandato.

Uma vitória de François Fillon significaria uma mudança total de rumo no governo da França, pois se trata de um ultra-conservador e ultra-neoliberal, que governaria no estilo thatcheriano. Reacionário ao pé da letra, Fillon faria marcha-à-ré na questão das horas semanais de trabalho, no casamento dos homossexuais, nos contratos de trabalho que seriam mais favoráveis às empresas, enquanto reduziria as alocações por desemprego.

O aumento das horas de trabalho, 39 em lugar das atuais 35, diminuiria de 500 mil os empregos no funcionalismo público. Os jovens franceses de origem estrangeira envolvidos em terrorismo perderiam a nacionalidade francesa e seriam expulsos.

O programa de Filon prevê também medidas e reformas drásticas no ensino e educação. Quer uma reaproximação com a Rússia de Putin, defesa do presidente sírio Assad, eliminação do Estado Islâmico e proximidade com o Irã.

Em resumo, se Fillon for o candidato da direita francesa, será uma espécie de Trump, polido e bem educado, mas um versão francesa de Trump.

Rui Martins, correspondente em Genebra, editor do Direto da Redação.

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Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/819641-2/

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