Por Redação, com agência internacionais – de Paris:
Um homem encapuzado alegando estar agindo em nome do Estado Islâmico atacou um professor de jardim de infância com uma faca enquanto ele se preparava para as aulas em uma escola no norte de Paris, disse um funcionário do Judiciário francês nesta segunda-feira.
O professor foi levado ao hospital após o ataque perpetrado por um homem com uma faca ou estilete, que fugiu do local em seguida, por volta de 7h30 (horário local), disse o funcionário, acrescentando que as autoridades antiterrorismo estavam investigando o caso.
A ministra da Educação da França e uma autoridade local visitaram as instalações da escola em Aubervilliers, na região de Saint-Denis, a norte da capital. As aulas na escola foram canceladas.
A autoridade, não identificada, disse a repórteres que ainda é muito cedo para tirar conclusões sobre o caráter do ataque, observando que o agressor, que usava uma balaclava, aparentemente tinha encontrado a arma em instalações da escola.

O incidente ocorreu um mês depois que homens armados e homens-bomba mataram 130 pessoas em Paris, em um ataque reivindicado pelo Estado Islâmico, o grupo militante islamista que controla faixas de território da Síria e do Iraque e prometeu atacar a França, país integrante da coalizão de países que realiza ataques aéreos contra os jihadistas.
Ministro francês
O ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian, disse nesta segunda-feira que o grupo extremista Estado Islâmico está avançando da costa para o interior da Líbia, com o objetivo de obter acesso aos poços de petróleo.
– Eles estão em Sirte, o território deles estende-se por 250 quilômetros ao longo da costa, mas estão começando a entrar no interior, em busca de acesso a poços de petróleo e a reservas – disse Le Drian à rádio RTL.
No dia 4 deste mês, o ministro advertiu sobre o risco de aumento de combatentes do Estado Islâmico na Líbia, mas descartou a possibilidade de uma intervenção militar naquele país.
A Líbia vive atualmente uma guerra civil, desde que em 2011 a comunidade internacional apoiou um movimento rebelde contra a ditadura de Muammar Khadafi.
Desde as últimas eleições, o poder está dividido entre dois governos, um com sede em Tripoli e outro, reconhecido pela comunidade internacional, em Tobruk.
Os dois governos são apoiados por grupos de islamitas, líderes tribais e traficantes de petróleo, armas, pessoas e droga.
Com a instabilidade no país, o Estado Islâmico e a organização Al Qaeda aumentaram sua influência na Líbia, ganhando poder territorial e aumentando a instabilidade em todo o Norte da África.
Proteger do terrorismo
Na França, a Direção de Liberdades Públicas e Assuntos Jurídicos (DLPAJ) está preparando um leque de medidas para reforçar a segurança antiterrorista no país.
A lista inclui a “interdição de conexões WiFi livres e compartilhadas” em todo o período de estado de emergência. A desobediência poderia ser punida criminalmente.
Outros meios informáticos que o mundo civilizado já há tempo associa com a liberdade, inclusive redes criptografadas como a TOR, também correm o risco de serem restritos.
– Na Internet, a luta contra o terrorismo, a guerra contra o terrorismo é uma guerra total que implica que se utilize a totalidade das ferramentas que estão disponíveis – disse o ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve.
Além disso, o Interior planeja arrumar acesso aos dados pessoais de usuários de aplicativos de mensagens instantâneas e VoIP, como o Skype e WhatsApp.
A comunidade de internautas já reagiu, zombando das iniciativas.
Um tuíte diz, por exemplo: “Quando não houver mais WiFi, com certeza estaremos protegidos dos terroristas”.
Na semana passada, o governo aprovou emendas à Constituição da República Francesa que preveem um sério aumento das medidas de segurança, como poderes de prisão domiciliária e prolongação do estado de emergência sem prazo limitado.
A preocupação com o terrorismo está crescendo na França depois dos atentados de 13 de novembro, quando 129 pessoas foram mortas em tiroteios e explosões reivindicados pelo grupo terrorista Daesh (também conhecido como Estado Islâmico).