A transação soma-se a outros negócios envolvendo ativos de energia no Brasil anunciados nos últimos dias. Entre eles, a compra de uma usina eólicas da Odebrecht pelo Grupo NC, da farmacêutica EMS, na sexta-feira
Por Redação – de Belo Horizonte
A subsidiária brasileira da francesa EDF Energies Nouvelles comprou, nesta terça-feira, o total de 80% de um complexo de geração solar fotovoltaica que a Canadian Solar CSIQ.O construirá em Minas Gerais. A informação partiur da companhia canadense, em comunicado aos investidores.
A transação soma-se a outros negócios envolvendo ativos de energia no Brasil anunciados nos últimos dias. Entre eles, a compra de usinas eólicas da Odebrecht pelo Grupo NC, da farmacêutica EMS, na sexta-feira. E de hidrelétricas da norte-americana Duke Energy, pela chinesa Three Gorges, na segunda-feira.
Usina solar
As usinas solares da Canadian envolvidas na operação, com um total de 191,5 megawatts-pico (MWp), estão em início de construção. A produção já foi totalmente comercializada, após leilão promovido pelo governo para a contratação de usinas fotovoltaicas, em 2015. As empresas não revelaram o valor do negócio.
O complexo deverá iniciar a operação comercial no terceiro trimestre de 2017, com placas solares fornecidas pela própria Canadian Solar. A indústria canadense anunciou, recentemente, a abertura de uma unidade de módulos fotovoltaicos no Brasil. Além de Pirapora I, a Canadian Solar possui outras usinas solares a serem implementadas no Brasil, em um total de 394 megawatts-pico.
Já o vice-presidente executivo em energias renováveis da EDF (EDF.PA:Cotações) e presidente executivo da EDF Energies Nouvelles, Antoine Cahuzac, destacou em nota o grande interesse da companhia pelo Brasil, onde os franceses constroem atualmente duas usinas eólicas e a hidrelétrica de Sinop.
— Tudo isso confirma a forte ambição de fortalecer e diversificar o portfólio de ativos renováveis do Grupo EDF no Brasil — afirmou.
Megausina
A maior usina de geração de energia fotovoltaica (solar) da América Latina será instalada em Pirapora, no Norte de Minas. A construção vai gerar 2 mil postos de trabalho nas obras de implantação da unidade. De imediato, serão feitos os serviços de terraplanagem. Quando a usina entrar em atividade, serão empregadas 150 pessoas em caráter permanente, dizem os gestores.
A megausina de energia fotovoltaica vai entrar em funcionamento em agosto de 2017. O fornecimento será de 150MW para o Sistema Interligado Nacional de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. O cronograma prevê que em novembro de 2017, a unidade passará a fornecer para o sistema nacional mais 90MW. Após a maturação do projeto, terá alcançando uma geração de 240MW.
Os novos proprietários da planta têm por objetivo aumentar a sua capacidade de produção, devendo ampliar ainda mais a unidade de Pirapora. Para isso, a empresa pretende participar dos novos leilões do governo federal, promovidos pela Aneel, para a geração de energia solar. A usina em Pirapora vai ocupar uma área de 650 hectares, localizada na Fazenda Marambaia. Fica a sete quilômetros da área urbana. A fazenda pertence a um grupo empresarial que arrendou o terreno para a multinacional por 20 anos.
Além da incidência do sol na região, outro fator que contribuiu para a instalação da usina de energia fotovoltaica em Pirapora é a existência, no município, de uma subestação de energia. A instalação permite a conexão da nova unidade geradora com o sistema nacional. O município também facilitou as negociações para a locação do terreno. Contribuiu para que fosse concedida a licença de instalação do empreendimento, com a aprovação do projeto pela Superintendência Regional de Meio Ambiente (Supram).
Desenvolvimento
O prefeito de Pirapora, Heliomar Valle da Silveira (PSB), o Léo Silveira, disse a jornalistas que a usina de energia fotovoltaica terá um grande impacto na economia do município. O principal será o aumento da arrecadação, com o recebimento de royalties.
— Mas, não podemos olhar somente o ganho financeiro para a prefeitura. O empreendimento terá uma repercussão econômica, social e ambiental para a região — afirma Silveira.
Silveira salienta que a energia solar, chamada de “energia limpa”, tem uma grande vantagem pelo fato de ser produzida sem gerar danos ao meio ambiente.
— As usinas fotovoltaicas geram energia de maneira bem diferente das hidrelétricas, que inundam grandes áreas, ocupando terrenos agricultáveis e desalojando pessoas. Além disso, causam impactos na fauna e na flora. Na produção de energia solar não ocorre nada disso — concluiu o prefeito.
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