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Geddel sai e abala governo Temer

November 25, 2016 13:31 , von Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Cabia a Geddel alinhavar os acordos intrapartidários. Foi útil para o impedimento de Dilma até a votação da Proposta de Emenda Parlamentar 241, a ‘PEC da Morte’

 

Por Redação – de Brasília

 

Ao pedir demissão, o ex-ocupante da Secretaria de Governo, o peemedebista baiano Geddel Vieira Lima acaba por desestabilizar, substancialmente, o combalido governo do presidente de facto, Michel Temer (PMDB). Um dos principais responsáveis pela deposição da presidenta Dilma Rousseff (PT), Vieira Lima entregou a carta de renúncia, nesta sexta-feira. Tornou-se o quatro ministro a deixar o governo, em apenas seis meses, devido ao envolvimento em atos suspeitos.

Geddel responderá a um inquérito administrativo, caso não peça demissão nas próximas horas

Geddel responderá a um inquérito administrativo por advocacia administrativa e tráfico de influência, mesmo depois de pedir demissão do cargo

O desembarque de Vieira Lima desarticula, ainda que momentaneamente, o canal de comunicação entre o Planalto e a Câmara. Cabia ao demissionário alinhavar os acordos intrapartidários. Foi útil para o impedimento de Dilma até a votação da Proposta de Emenda Parlamentar 241, a ‘PEC da Morte’. Sem Geddel, Temer precisará inventar um novo acesso aos meandros da Casa, em meio ao recrudescimento da crise econômica.

Agradecimento

“Avolumaram-se as críticas sobre mim. Em Salvador, vejo o sofrimento dos meus familiares. Quem me conhece sabe ser esse o limite da dor que suporto. É hora de sair”, disse Geddel na carta enviada, por email, a Temer. “Fiz minha mais profunda reflexão e fruto dela apresento aqui este meu pedido de exoneração do honroso cargo que com dedicação venho exercendo”, acrescentou Geddel. Ele fez um agradecimento aos parlamentares pelo “apoio e colaboração” que resultaram na aprovação de medidas no Congresso.

A situação do ministro ficou insustentável. Responsável pela articulação política do governo com o Congresso, ele caiu depois que o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero foi à Polícia Federal (PF). Calero relatou que Geddel e Temer o pressionaram, quando ainda no governo, para interferia na liberação de uma licença para a construção de um prédio, em Salvador, no qual Geddel teria um apartamento.

Temer e Geddel

Inicialmente, Calero acusou Geddel de exercer pressão para que ele interferisse na decisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Sem a licença, a construtora não pode levar adiante um empreendimento milionário. O apartamento de Vieira Lima, se fosse construído, valeria R$ 2,5 milhõses. O ex-ministro afirmou ainda, em depoimento à PF, confirmado pela reportagem do Correio do Brasil, que Temer buscava “uma saída” para o imbroglio. Geddel estava irritado e causava “dificuldades operacionais” a seu governo. Ato seguinte, Calero pediu demissão do cargo e denunciou a pressão sofrida no caso da construção do edifício.

Após o depoimento do ex-ministro à PF, a Procuradoria-Geral da República informou que vai analisar se pede ao Supremo Tribunal Federal (STF) que seja aberta investigação para apurar as declarações de Calero envolvendo Temer e Geddel.

O agravamento da crise política fez o dólar disparar nesta sexta-feira, e a moeda norte-americana operava em alta de cerca de 1,5 por cento ante o real, com os investidores temerosos de que as notícias possam atrapalhar os planos do governo de aprovar importantes medidas econômicas no Congresso Nacional.

Lava Jato

Em resposta à divulgação na quinta-feira do depoimento de Calero, Temer divulgou nota lida pelo porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, em que diz estranhar as acusações do ex-ministro e afirma que buscou arbitrar uma disputa para evitar confrontos entre seus ministros.

No fim de semana, Geddel reconheceu ter tratado do assunto com Calero. Mas negou que tenha feito pressão sobre o então ministro da Cultura. No início da semana Temer chegou a anunciar, por meio do porta-voz, que manteria Geddel no cargo, apesar da denúncia de Calero. Mas a situação mudou depois que o ex-ministro da Cultura envolveu o próprio presidente no depoimento à PF.

O governo Temer já perdeu quatro ministros em seis meses por conta de denúncias de irregularidades. O próprio presidente de facto é citado em delações em curso, no âmbito da Operação Lava Jato. O primeiro foi Romero Jucá (PMDB-RR), ex-ministro do Planejamento e atual líder do governo no Congresso. Saiu menos de um mês depois de ter assumido o cargo. Em seguida, caiu o ex-ministro da Transparência Fabiano Silveira. Ambos devido à divulgação de gravações em que faziam críticas à operação da PF.

Depois foi a vez do ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves, em meados de junho. Citado na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, Alves teria recebido R$ 1,5 milhão em propina.

Temer na mira

Pivô da maior crise, até agora, do governo de Temer, que pode culminar até na saída do presidente, Vieira Lima ainda terá que responder por advocacia administrativa, quando um funcionário público advoga em causa própria. Responderá, ainda, por tráfico de influência. Geddel tenta, com sua saída, a intenção de Geddel, estancar a sangria da crise iniciada nos intestinos da gestão que ocupa o Planalto, desde o golpe de Estado. Também citado nas delações das empreiteiras na Lava Jato, Geddel perderá o foro privilegiado.

Calero, que pediu demissão há uma semana após acusar o agora também ex-ministro Geddel Vieira Lima de tráfico de influência, gravou as conversas sobre o assunto tanto com Geddel quanto com Temer. As gravações já estão em poder da PF.

O ex-ministro da Cultura confirmou que o alvo das gravações foi o próprio presidente, Michel Temer. Geddel e o ocupante da da Casa Civil, Eliseu Padilha, também foram gravados. Para que as gravações sejam analisadas, a PF precisa de autorização do Supremo Tribunal Federal. O pedido já foi feito, na noite passada, para que se possa abrir investigação sobre o caso, uma vez que Temer e Padilha têm foro privilegiado.

Marcelo Calero diz que procurou Temer para contar das pressões que vinha recebendo de Geddel para que ele interviesse pela liberação de uma obra embargada em Salvador, onde o ex-ministro tem um imóvel, mas que acabou sendo “enquadrado” também pelo presidente, que ficou do lado de Geddel.

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