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Geddel Vieira Lima vai permanecer no cargo, apesar do novo escândalo

20 de Novembro de 2016, 15:47 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Calero, por sua vez, saiu atirando após pedir a exoneração do cargo, exatamente sob a alegação que Geddel teria sido “truculento”

 

Por Redação – de Brasília e Rio de Janeiro

 

Passadas 48 horas da denúncia de advocacia administrativa, atribuída ao deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), chefe de Governo do presidente de facto, Michel Temer, ele ainda permanecia no cargo. Horas antes, neste domingo, sinalizou que não pretende desembarcar da equipe que integra o golpe de Estado, em curso no país há cerca de um ano.

Marcelo Calero atribui sérias denúncias ao deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA)

Marcelo Calero atribui sérias denúncias ao deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA)

Vieira Lima admitiu, publicamente, seu interesse para que o Iphan viesse a rever o embargo a um empreendimento imobiliário, no qual tem um imóvel de R$ 2,4 milhões. O fato reforça a suspeita de crime, por usar de um cargo público para defender interesses pessoais. Em entrevistas a jornalistas, um dos mais influentes integrantes do grupo de Temer.

— Eu tratei com ele do tema, com a transparência que o tema exigia, fazendo ponderações de um assunto que está judicializado. Em nenhum momento houve pressão. E a maior demonstração disso, e que torna a questão dele ainda mais incompreensível, é que a posição final que prevaleceu foi a dele — esquiva-se Geddel.

Calero, por sua vez, saiu atirando após pedir a exoneração do cargo, exatamente sob a alegação que Geddel teria sido “truculento”. Alegou que o ex-colega queria obrigá-lo a “participar de uma maracutaia”.

Sem demissão

Geddel, porém, não vê qualquer problema entre as denúncias e sua atividade governamental.

— Em 2015, eu fiz uma promessa de compra e venda de uma unidade que estava lançada, sem nenhum problema. Todas as licenças foram colocadas e vários outros adquiriram uma unidade de apartamento. O que não me tira, me dá legitimidade para levar a ele um problema por conhecer o que estava ocorrendo. Estar preocupado, como todo cidadão fica preocupado em uma situação dessa — alega.

Geddel também deixou clara sua intenção em permanecer no cargo, ao afirmar que Temer não iria demiti-lo.

— O presidente tinha lido a entrevista, ficou também sem entender as razões. Até porque o Calero não colocou essas razões para ele e se especulou o que tinha havido. O presidente chegou a fazer um apelo para que ele permanecesse na função. E orientou que eu procurasse responder com a tranquilidade que eu estou respondendo, com a verdade. Manifestou seu respeito, carinho e apoio à nossa posição — disse ele.

Segundo afirmou, ele conhece o presidente “há 25 anos”.

— Eu não preciso que ele manifeste confiança para saber até quando ele confia em mim — garante.

Chumbo grosso

Ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero reiterou, neste domingo, que o principal motivo para sua exoneração foi mesmo a pressão que sofreu do titular da Secretaria de Governo. Calero, que falou a artistas em evento organizado pela Associação de Produtores de Teatro, em Botafogo, na noite passada, reafirmou que Vieira Lima o procurou mais de uma vez para que um empreendimento imobiliário em Salvador, Bahia, fosse autorizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Calero pediu para deixar a pasta do Ministério da Cultura na sexta-feira e foi, imediatamente, substituído pelo deputado Roberto Freire (PPS-SP).

— Não desejo isso pra ninguém. Estar diante de uma pressão política, diante de um caso claro de corrupção. Venho aqui de cabeça erguida e peito aberto. Desde o primeiro momento eu fui muito claro, que nada fora do script, do roteiro, iria acontecer. Nem que isso custasse eu sair do ministério. Tenho uma responsabilidade com as pessoas em nome de um projeto — acusa Calero.

Agressão pessoal

O ex-integrante da equipe de Temer disse, ainda, que interesses pessoais não podem ultrapassar a questão de uma construção de um prédio em área histórica de Salvador. Ele reafirmou que Geddel Lima teria uma posição “descolada da realidade”.

— É um mundo à parte. Pensei: ‘Esse cara é louco, esse cara é maluco’. Parece que muitas vezes essa classe (política) tem um descolamento totalmente alheio à situação das pessoas — constata.

Nesta manhã, Vieira Lima respondeu às declarações de Marcelo Calero:

— Eu não vou entrar em agressão pessoal contra o ex-ministro. Não sei qual é a razão para ele estar agindo assim.

Repercussão

As denúncias de Calero foram, imediatametne, repercutidas no Congresso. Em nota divulgada nesta tarde, o deputado Jorge Solla (PT-BA) afirma que vai apresentar na próxima segunda-feira, na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, um requerimento de convocação do ex-ministro.

Solla exige que Calero repita as declarações sobre a pressão que diz ter sofrido de Geddel. “

É uma expressa acusação de crime de prevaricação (….). Se Calero acusou outro ministro ao sair, é um caso muito grave e precisa comprovar o que diz para que o caso tenha a consequência devida”, diz o deputado, em nota.

Já o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), divulgou através de sua assessoria uma nota em que pede a demissão imediata de Geddel.

“É escandaloso que um ministro extremamente poderoso dentro do governo, que trabalha na antessala de Temer, use do próprio cargo para coagir e ameaçar colegas em favor de interesses pessoais”, escreveu Costa.

O senador pernambucano também afirma na nota que vai pedir a convocação de Geddel para que o ministro explique o caso no Senado e que ingressará com representações na Comissão de Ética da Presidência e no Ministério Público Federal. para que os órgãos apurem a situação.

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Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/geddel-vieira-lima-permanecer-cargo-novo-escandalo/

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