Zúñiga tinha por objetivo invadir a Casa Grande del Pueblo, uma das sedes do governo boliviano, mas, segundo o jornal boliviano La Razón, foi abordado pelo próprio presidente Arce, que ordenou o recuo do general.
Por Redação, com agências internacionais – de La Paz
Após reação do governo boliviano de Luis Arce, o general golpista Juan José Zúñiga, de ultradireita, foi obrigado no início da noite desta quarta-feira a deixar a Praça Murillo, no Centro da capital boliviana, onde liderou uma tentativa fracassada de golpe. O então comandante das Forças Armadas deixou o local em um tanque do exército, acompanhado de outros militares em 12 outros veículos militares. Apesar da retirada, Arce disse para que as organizações se mantenham em alerta para eventuais novas tentativas de golpe, nas próximas horas. O governo dos EUA não se pronunciaram acerca do movimento golpista.
Militares golpistas reagem ao gás lacrimogêneo lançado pelas forças da resistência
Minutos antes, reagindo à tentativa de golpe, o presidente boliviano Luis Arce havia trocado o alto comando militar e convocado organizações populares à praça para uma “vigília pela democracia”. Após a partida de Zúñiga, a praça se tornou palco de comemorações populares e de discursos de apoiadores do governo. Arce agradeceu às organizações e disse que os responsáveis pela tentativa de golpe devem responder judicialmente pelo golpe frustrado o mais rápido possível.
Blindados
Zúñiga tinha por objetivo invadir a Casa Grande del Pueblo, uma das sedes do governo boliviano, mas, segundo o jornal boliviano La Razón, foi abordado pelo próprio presidente Arce, que ordenou o recuo do general. Após o presidente prestar juramento de posse do novo alto comando militar, o militar entrou em seu veículo blindado e deixou o local. A tentativa causou rápidas reações internacionais rejeitando a quartelada. A Organização dos Estados Americanos (OEA), diversos países como Brasil, México, Venezuela, Cuba e Honduras; além de organizações e movimentos populares se pronunciaram.
O ex-comandante do Exército Boliviano Juan José Zúñiga é visto como principal líder da tentativa de golpe contra Luís Arce. Ele foi afastado do cargo que ocupava desde 2022 na véspera, após ameaçar o ex-presidente Evo Morales. O militar de alta patente se opõe à candidatura Morales para disputar as eleições do ano que vem. Em declarações recentes, Zúñiga chegou a dizer que Morales “não pode mais ser presidente deste país” e afirmou que estaria disposto a oferecer a vida “pela defesa e unidade da pátria”.
Em 2013, o general foi acusado de desvio e roubo de mais de 2,7 milhões de pesos bolivianos. A verba deveria ser destinada ao pagamento de programas sociais. O militar foi punido com sete dias de prisão por desfalque e falsificação de documentos. Órgãos de migração do país foram acionados para evitar a fuga de Zúñiga do país. O Ministério Público abriu investigação para apurar as irregularidades cometidas pelo general e a cúpula militar.
