Caslavska também liderou um Comitê Olímpico Tcheco renovado entre 1990 e 1996 e foi membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) entre 1995 e 2001
Por Redação, com Reuters – de Praga:
A ginasta tcheca Vera Caslavska, a atleta olímpica mais reverenciada de seu país e uma das vozes mais poderosas da luta contra a ocupação soviética, morreu aos 74 anos de idade de câncer no pâncreas.

A ginasta tcheca Vera Caslavska
Uma das duas únicas mulheres a conquistar medalhas de ouro consecutivas na ginástica artística, Caslavska ficou com sete ouros na Olimpíada de Tóquio de 1964 e nos Jogos da Cidade do México de 1968.
Nestes últimos ela enfrentou e derrotou atletas soviéticas poucas semanas depois que tanques do Pacto de Varsóvia liderados pelo Exército Vermelho entraram na antiga Tchecoslováquia para conter as tentativas de reação ao controle comunista.
– Fomos para o México determinados a suar sangue para derrotar os representantes dos invasores, disse ela ao site de notícias Aktualne.cz em uma entrevista de 2014.
Uma lembrança duradoura daqueles Jogos é o protesto silencioso de Caslavska, ela abaixou a cabeça no pódio quando o hino soviético foi tocado, ecoando a imagem mais famosa da saudação Black Power que o corredor norte-americano Tommie Smith fez em solidariedade aos ativistas negros de direitos humanos de seu país.
– Vera era uma lutadora. Ela foi diagnosticada na primavera do ano passado – disse o presidente do Comitê Olímpico Tcheco, Jiri Kejval, que anunciou seu falecimento. “Quando ela não foi conosco para o (Jogos do) Rio, ficou claro que a situação era ruim”, contou ele à Reuters por telefone, acrescentando que Caslavska morreu dormindo.
Após suas críticas à invasão de 1968 e sua recusa de retirar sua assinatura do “Manifesto de 2000 Palavras” do movimento de protesto da Primavera de Praga contra a interferência soviética, Caslavska foi expulsa da união esportiva tcheca e sofreu perseguição.
A partir de 1974 ela passou a treinar outras ginastas em casa e, entre 1979 e 1981, também no México, o país de seu maior triunfo.
Quando o governo comunista teve fim na Tchecoslováquia em 1989, o novo presidente, Vaclav Havel, a escolheu com sua consultora para assuntos esportivos e sociais.
Caslavska também liderou um Comitê Olímpico Tcheco renovado entre 1990 e 1996 e foi membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) entre 1995 e 2001.
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