Líderes cívicos de Marselha reagiram com revolta ao fechamento dos bares e restaurantes da cidade nesta quinta-feira, dizendo que não foram consultados pelo governo francês, que ordenou as medidas para conter uma alta de casos de covid-19.
Por Redação, com Reuters – de Paris
Líderes cívicos de Marselha reagiram com revolta ao fechamento dos bares e restaurantes da cidade nesta quinta-feira, dizendo que não foram consultados pelo governo francês, que ordenou as medidas para conter uma alta de casos de covid-19.
Pessoas caminham com máscaras de proteção em MarselhaO ministro da Saúde, Olivier Véran, ordenou que os bares e restaurantes de Marselha fiquem fechados durante duas semanas a partir da próxima segunda-feira depois de submeter a cidade e a região circundante do litoral do Mediterrâneo ao nível de alerta máximo de disseminação do vírus.
Políticos locais disseram que a medida é desproporcional aos riscos e que devastará a economia.
– Foi com surpresa e raiva que eu soube de uma decisão sobre a qual a prefeitura de Marselha não foi consultada – tuitou a prefeita marselhesa, Michèle Rubirola.
– Não há nada na situação de saúde pública que justifique esta medida. Não permitirei que as pessoas de Marselha se tornem vítimas de decisões políticas que ninguém entende.
Novas restrições
A prefeitura de Marselha pediu um indulto de 10 dias antes de adotar as novas restrições.
– A epidemia declinou nos últimos dias – disse o primeiro vice-prefeito, Benoît Payan, aos repórteres.
– Estou pedindo ao governo 10 dias antes de as novas medidas entrarem em vigor – também disse ele.
Renaud Muselier, presidente do conselho regional de Provença-Alpes-Costa Azul, que inclui Marselha, disse que os fechamentos equivalem a uma punição coletiva aos moradores de sua região.
– Esta decisão é unilateral, mal concebida e injusta – escreveu ele no Twitter.
Respondendo às críticas, Véran tuitou que o fechamento de bares e restaurantes foi pensado para proteger o povo de Marselha porque a epidemia está se agravando e que alertou as autoridades locais com antecedência.
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, também expressou sua discordância depois que a capital francesa e seus subúrbios foram declarados na quarta-feira “zonas reforçadas de perigo”, o que significa que bares e restaurantes terão que fechar o mais tardar às 22h.
Hidalgo disse em um vídeo exibido pela BFM TV que as novas medidas foram ordenadas sem consulta prévia.