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Greve Geral chamada para dia 22 mobiliza maiores centrais sindicais

September 12, 2016 15:29 , von Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Ao longo dos últimos 100 dias, a gestão de Michel Temer (PMDB) conseguiu unir forças sindicais antagônicas pela Greve Geral que, até maio deste ano, rivalizavam-se nas manifestações de rua, contra e a favor do impedimento da presidenta Dilma Rousseff (PT)

 

Por Redação – do Rio de Janeiro e São Paulo

 

As principais centrais sindicais, sindicatos, associações profissionais e estudantis, com apoio de partidos políticos de centro, centro-esquerda e esquerda, convocaram para o dia 22 deste mês, quinta-feira, uma greve geral que visa mostrar ao governo empossado após o golpe de Estado, em 13 de Maio último, que a volta da democracia é uma exigência da sociedade brasileira. O movimento paredista seguirá a pauta dos movimentos que já tomaram as ruas nas últimas semanas: Fora Temer!, Diretas Já!, contra as reformas trabalhista e previdenciária, e contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241 – que desmonta o Estado brasileiro pelo prazo de 20 anos. O sucateamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e do ensino público superior gratuito e de qualidade também constam da luta contra outras ações do presidente de facto, Michel Temer.

Vagner Freitas, presidente da CUT, chamou pela mobilização à Greve Geral, para o dia 22 deste mês

Vagner Freitas, presidente da CUT, chamou pela mobilização à Greve Geral, para o dia 22 deste mês

Ao longo dos últimos 100 dias, a gestão de Michel Temer (PMDB) conseguiu unir forças sindicais antagônicas pela Greve Geral que, até maio deste ano, rivalizavam-se nas manifestações de rua, contra e a favor do impedimento da presidenta Dilma Rousseff (PT). A Força Sindical, central liderada pelo deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade), que se alinha à direita no país, atua na mobilização pela greve geral.

No início da noite passada, aos brados de Fora Temer!, o presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas, afirmou que os movimentos sindical e sociais continuarão organizando atos por todo o Brasil. Mas que agora é momento de parar a produção neste golpe que carrega em si interesses capitalistas e que mira a soberania nacional.

Na marcha deste domingo, na Avenida Paulista, que reuniu cerca de 60 mil pessoas segundo os organizadores, as frentes Brasil Popular (FBP) e Povo Sem Medo apoiaram o discurso de Freitas e também convocam a população para o Dia Nacional de Paralisação rumo à Greve Geral, que será em 22 de setembro.

— Estamos habituados a combater a violência há muito tempo. Estamos defendendo a democracia, os direitos dos trabalhadores e, por incrível que pareça, o Estado democrático de Direito. Este golpe é contra a classe trabalhadora, as mulheres, os negros e negras e a população LGBT.  O Brasil foi tomado por uma corja de corruptos, golpistas violentos e fascistas. Jamais aceitaremos isso —afirmou Freitas.

Vagner também lembrou que “os golpistas querem votar nos próximos dias a terceirização ilimitada e entregar o pré-sal para o exterior”.

Coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, enfatizou que as organizações estão nas ruas há 10 dias e, desde a consumação do golpe, as manifestações se intensificam.

— Eles achavam que aquela votação encerraria a história, que o Senado vota e o povo aceita. Achavam que a maioria do povo brasileiro iria aceitar a legitimidade de um Congresso corrupto e sem-vergonha para decidir os destinos do país. Mas mostramos que eles estavam enganados — disse.

Segundo Boulos, uma coisa é o Michel Temer ter governabilidade na Câmara e no Senado, outra é ter governabilidade nas ruas.

— Ele provocou dizendo que as manifestações eram de 15, de 18, de 40. Nossa resposta foi ter colocado 100 mil pessoas na Avenida Paulista. Esse cidadão não pode nem ir à feira porque lá estará o povo brasileiro para colocar ele no seu devido lugar —garantiu.

Greve Geral
contra o golpe

A greve é uma ferramenta de luta usada pelos trabalhadores há muitas décadas no mundo todo. Durante a Revolução industrial as greves se consolidaram como forma de luta dos operários. No Brasil, em 1907, a cidade de São Paulo foi paralisada por uma greve. A reivindicação era a jornada de oito horas diárias de trabalho. Em 1917, outra grande greve teve início em São Paulo, na maior tecelagem do país, o Cotonifício Crespi.

Entre 1964 e 1985, durante a Ditadura Militar, as greves foram proibidas no Brasil. Quem participasse estaria sujeito a Lei de Segurança Nacional. Com o processo de redemocratização os movimentos grevistas tornaram a acontecer. Nesse contexto, em 1980, acontece a greve dos metalúrgicos do ABC paulista, que durou 41 dias e marcou o início das manifestações de massa contra o regime militar.

Uma das grandes greves que aconteceu no Brasil e que podemos trazer à memória é a dos petroleiros de 1995. No dia 3 de maio, a categoria iniciou o que seria a sua mais longa greve, que durou 32 dias, e é símbolo da resistência da classe trabalhadora à política neoliberal do PSDB.

“O então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) estava com o programa de privatização. Uma série de bancos federais e estaduais foram privatizados. A Petrobrás já era alvo. A situação exigia ação dos trabalhadores. Nossos empregos e os interesses do país estavam em jogo. Os primeiros dias de greve não foram fáceis, pois a sociedade e muitos de nossos familiares faziam pressão para que encerrássemos”, lembra Marco Aurélio, petroleiro e coordenador do Sindipetro PE\PB

Os trabalhadores resistiram as manipulações midiáticas para deslegitimar a luta da categoria perante a população e a forte repressão do governo. Demissões, punições e tanques do Exército nas refinarias da Petrobrás foram as armas usadas pelo governo de Fernando Henrique. Mais de 90% da categoria cruzou os braços nas refinarias, nas plataformas, nos terminais de distribuição e nas unidades administrativas da Petrobrás. O abastecimento básico da população, no entanto, foi mantido.

Marco Aurélio lembra que a greve de maio de 1995 foi o que garantiu que a Petrobrás não fosse vendida e que o cenário atua remonta ao que ocorreu naquela época. “1995 está se repetindo. As táticas são as mesmas de agora. Linhas de crédito do BNDES estão sendo criadas para as grandes empresas e isso é para começar as privatizações. É preciso pontuar também que hoje nós temos o Pré-sal, uma riqueza imensa que corre risco. A soberania nacional está ameaçada”, observa.

“Posso destacar duas greves que aconteceram recentemente no Brasil. A dos professores no Paraná, em 2015, e a da educação em 2011 em Minas Gerais. Ambas as greves politizaram a luta dessas categorias e representaram um acúmulo de forças. Pelo momento conjuntural, elas representaram o enfrentamento à política neoliberal e demarcaram o futuro da luta”, finaliza Cerqueira.

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