A Ásia, pós Donald Trump, continua a apresentar um forte desempenho e as perspectivas no curto prazo permanecem fortes. Mas enfrenta riscos, disse Furusawa em um seminário em Tóquio nesta quinta-feira
Por Redação, com Reuters – de Washington
A perspectiva de crescimento dos Estados Unidos permanece em dúvida devido à incerteza sobre as políticas do novo governo, enquanto o aumento do protecionismo nas economias avançadas pode afetar a prosperidade da Ásia, disse o vice-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Mitsuhiro Furusawa.

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A Ásia continua a apresentar um forte desempenho e as perspectivas no curto prazo permanecem fortes. Mas enfrenta riscos, disse Furusawa em um seminário em Tóquio nesta quinta-feira.
— As incertezas poderiam contribuir para a volatilidade financeira nos próximos meses — disse Furusawa. Ele pede que os governos mantenham taxas de câmbio flexíveis e usem políticas macroprudenciais. Também, que mantenham colchões de reservas mais fortes para lidar com a volatilidade do fluxo de capital.
Protecionismo
Os mercados globais avançaram após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em novembro. Havia expectativas de que sua política inflacionária impulsionaria a economia do país.
Porém, têm crescido a cautela dos investidores, recentemente. As visões protecionistas de Trump podem afetar as perspectivas para o comércio global. Em janeiro o FMI elevou as previsões para o crescimento dos EUA a 2,3% neste ano contra 2,2% antes. E para 2,5% em 2018 ante 2,1%. Mas essas previsões permanecem incertas, disse Furusawa.
A dependência da China de estímulos é outro risco, acrescentou ele. O FMI revisou a projeção de crescimento de 2017 do país para 6,5%, de 6,2%. Com expectativas de apoio fiscal contínuo.
Enquanto o estímulo da China ajuda a sustentar o crescimento no curto prazo, ele implica em um aumento contínuo na relação entre o crédito e o Produto Interno Bruto (PIB), disse ele.
Com Brexit
No outro lado do Atlântico, o Banco Central (BC) britânico elevou a previsão para o crescimento do Reino Unido em 2017. E algumas autoridades estavam mais nervosas com a alta da inflação, mas em geral o Banco da Inglaterra não parece ter pressa para elevar os juros conforme a economia se ajusta à perspectiva do Brexit.
Em sinal de divisão, o Banco da Inglaterra disse que algumas de suas autoridades se “aproximaram um pouco mais” de seus limites para tolerar uma alta da inflação acima da meta de 2%, causada pela queda da libra desde o voto de junho pela saída do Reino Unido.
Mas o BC, anunciando sua última análise trimestral sobre a economia britânica nesta quinta-feira, enviou sinais mais amplos de que está confortável com sua taxa de juros em mínima recorde.
O banco disse que agora espera que a inflação fique ligeiramente mais baixa em dois anos do que projetava em novembro. O Banco da Inglaterra também disse que suas autoridades agora acreditam que a taxa de desemprego pode cair para 4,5% — abaixo de sua estimativa anterior de 5% e da taxa atual — antes que ela comece a impulsionar a inflação.
Juros baixos
Isso pode dar ao banco central mais margem para manter os juros na mínima histórica por mais tempo e pode ser útil já que o banco anunciou o segundo grande aumento em três meses na sua previsão de crescimento econômico de 2017.
A projeção é de um crescimento de 2,0% neste ano, mais alto do que os economistas previram. E muito acima de sua previsão anterior de 1,4%. As previsões para 2018 e 2019 foram elevadas em 0,1 ponto percentual cada.
O Banco da Inglaterra informou ainda que as autoridades votaram por 9 a 0 para manter os juros em 0,25%. Segue em linha com as expectativas de economistas em pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters.
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