Os contratos para os produtos “Fabricados na Alemanha” diminuíram 0,6% no mês, a queda mais acentuada desde abril, após aumentos nos dois meses anteriores. A expectativa em pesquisa da Reuters era de um aumento de 0,3%
Por Redação, com Reuters – de Berlim
A demanda fraca tanto no país como no exterior provocou uma queda inesperada das encomendas à industria alemã em setembro, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, diminuindo as expectativas de que as fábricas darão uma contribuição significativa para o crescimento no terceiro trimestre.

A indústria alemã é uma das mais desenvolvidas no bloco europeu, mas já percebe dificuldades à frente
Os contratos para os produtos “Fabricados na Alemanha” diminuíram 0,6% no mês, a queda mais acentuada desde abril, após aumentos nos dois meses anteriores. A expectativa em pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters era de um aumento de 0,3%.
Brexit
Apesar disso, o Ministério da Economia disse que os números das encomendas para o terceiro trimestre inteiro, não apenas em setembro, ainda são positivos.
— A melhora dos indicadores de confiança apontam para uma certa recuperação do setor da indústria durante o resto do ano — acrescentou.
Mas os analistas estavam menos otimistas. O ING Bank disse que dados refletem a realidade de um setor que mostrou-se fraco por quase três anos. Registrou um crescimento médio mensal de 0,1% nos primeiros nove meses deste ano.
“O alívio inicial após o choque do Brexit com dois meses positivos, diante das novas encomendas, deu agora espaço para o realismo”. A declaração é do economista do ING Carsten Brzeski em nota.
A demanda doméstica caiu 1,1%, enquanto as encomendas estrangeiras diminuíram 0,3%. A demanda dos países da zona do euro caiu 4,5%.
Varejo e Indústria
As vendas no varejo nos 19 países que usam o euro também caíram 0,2% em setembro em relação a agosto. A informação é da agência de estatísticas da União Europeia, Eurostat, nesta segunda-feira. Este foi o segundo mês de queda das vendas, devido principalmente ao principalmente recuo na comercialização de produtos não-alimentícios. Segundo o Eurostat, as maiores quedas foram verificadas na Alemanha, Portugal e Eslovênia.
Em comparação com o mesmo mês do ano passado, as vendas no varejo subiram 1,1%. A expectativa em pesquisa da Reuters era de queda de 0,3% no número mensal e de baixa de 1,3% para o dado anual.
Nesta manhã, a Eurostat ajustou a leitura mensal de agosto para queda de 0,2%, ante recuo de 0,1% anteriormente.
Política expansiva
O Banco Central Europeu (BCE), por sua vez, não está avaliando a possibilidade de reduzir seu programa de compra de títulos, conhecido como quantitative easing. Mas, sim, examinando até onde pode prorrogá-lo após o prazo de março de 2017, disse o banco central da Itália.
O membro do conselho executivo do Banco da Itália Luigi Signorini foi questionado durante depoimento ao Parlamento. Perguntaram se o BCE estava ponderando como diminuir o afrouxamento quantitativo.
— Não há perspectiva disso. A questão é o quanto prorrogar os limites que foram dados — respondeu Signorini.
Diante da inflação persistentemente baixa, a expectativa é de que o BCE decida em dezembro se vai prorrogar suas compras de ativos. O total previsto é de 80 bilhões de euros por mês para além de março. Terá que equilibrar custos em queda com os efeitos colaterais crescentes.
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