O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou alta de 0,23% neste mês, depois de a inflação subir 0,45% em agosto, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira
Por Redação – de Brasília
A prévia da inflação oficial brasileira desacelerou em setembro mais do que o esperado diante do alívio nos preços dos alimentos, dando força às expectativas de que o Banco Central reduza os juros em breve. Mas, em 12 meses, o indicador ter continuado próximo de 9%. É do dobro da meta estabelecida para o ano, segundo o Banco Central (BC).
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou alta de 0,23% neste mês, depois de subir 0,45% em agosto. A informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira. Pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters mostrava expectativa de alta de 0,35%.
No acumulado dos 12 meses, até setembro, a alta atinge 8,78%, desacelerando sobre os 8,95% do mês anterior e também abaixo da expectativa de 8,91%. Mesmo assim, permaneceu acima do teto da meta do governo. O centro do alvo é de 4,5% pelo IPCA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.
“Com expectativa de inflação para os próximos períodos mais benigna…, manutenção de menos pressão nos itens de alimentos, além do efeito favorável do câmbio, um corte na Selic em outubro se mostra mais provável”. A afirmativa é do economista-chefe do banco Fator, José Francisco Gonçalves, por meio de nota. Ele acrescenta que a redução já pode ser de 0,5 ponto se houver “sinais de redução da incerteza sobre ajustes na área fiscal”.
O BC vem mantendo a taxa básica de juros em 14,25% há mais de um ano, com seus membros mostrando satisfação com o progresso nas perspectivas de desinflação. A perda de força do IPCA-15 neste mês reforçaram também as apostas no mercado de DI de que o BC vai reduzir a Selic em outubro, próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom).
Grupos pressionados
Segundo o IBGE, o maior responsável pelo resultado do IPCA-15 deste mês foi o grupo Alimentação e Bebidas. O preços mostraram variação negativa de 0,01%, depois de alta de 0,78% em agosto. Entre os alimentos que vinham pressionando com força a alimentação, os preços do feijão-carioca recuaram 6,05% neste mês e do leite longa vida, 4,14%.
As frutas, por sua vez, tiveram alta de 4,01%, tendo o maior impacto sobre o IPCA-15 do mês. A expectativa de especialistas é de que os preços dos alimentos continuem favorecendo a inflação até o final do ano.
— A inflação começa a arrefecer mais forte no último trimestre também em função da alimentação…, trazendo boa queda em 12 meses e favorecendo o corte de juros — disse o analista da Tendências Consultoria Marcio Milan. Ele projeta alta do IPCA em 7,20%, neste ano.
Inflação nos serviços
O arrefecimento da pressão de serviços é mais um fator favorável para que a inflação ceda. Somado ao câmbio estável e perspectiva de reformas, justificaria o BC promover o corte já em outubro, segundo o economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani.
— Essa combinação de eventos ajuda muito as expectativas de inflação e os e próprios modelos do BC. Acho que o ciclo de afrouxamento começa com 0,5 ponto em outubro e vai até o final do ano que vem, até a Selic chegar a 9,75% — afirmou.
Nos cálculos de Padovani, a inflação de serviços no IPCA-15 desacelerou a 0,43% em setembro, sobre 0,55% no mês anterior, favorecida pelo esfriamento do mercado de trabalho.
Na última pesquisa Focus realizada pelo BC junto a economistas, a estimativa para a alta do IPCA este ano havia caído a 7,34%, com a Selic encerrando a 13,75%.
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