A alta da inflação, ao final de 2016, passou a ser projetada em 7,04% na pesquisa Focus do Banco Central, contra 7,23% no levantamento anterior. Já para 2017 houve ligeira correção para baixo na projeção de inflação, a 5,06% sobre 5,07% antes
Por Redação – de Brasília e São Paulo
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) voltou a subir 0,19% na primeira quadrissemana de outubro. Em setembro, fechou o mês com variação positiva de 0,07%. Os dados estão na pesquisa divulgada, nesta segunda-feira, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Ainda assim, a expectativa de inflação para este ano diminuiu pela quarta semana seguida. O cenário descrito por economistas para a política monetária em 2016, no entanto, permaneceu inalterado.
A alta do IPCA ao final de 2016 passou a ser projetada em 7,04% na pesquisa Focus do Banco Central, contra 7,23% no levantamento anterior.
Já para 2017 houve ligeira correção para baixo na projeção de inflação, a 5,06% sobre 5,07% antes. Em setembro, o IPCA atingiu o menor nível em pouco mais de dois anos. Trata-se de uma alta de 0,08%, favorecido pela queda dos preços dos alimentos. Em 12 meses até setembro, a alta acumulada caiu para 8,48%, leitura mais baixa desde maio de 2015.
Inflação em alta
A pesquisa divulgada, nesta segunda-feira pelo BC, mostrou ainda que permanece a expectativa de corte de 0,25 ponto percentual na Selic, na reunião da semana que vem do Comitê de Política Monetária (Copom). Atualmente em 14,25%, a previsão para a taxa básica de juros é de mais um corte na mesma proporção no último encontro do ano. Encerra o ano, assim, a 13,75%. Para 2017 também não houve mudança na expectativa de que a Selic encerrará a 11%.
O Top-5, que reúne os economistas que mais acertam as previsões, também continua vendo corte de 0,25 ponto na Selic na próxima semana, mantendo as estimativas de que a taxa terminará este ano em 13,75% e o próximo em 11,25%. Sobre a economia, a contração do Produto Interno Bruto (PIB) esperada para este ano é de 3,15%, contra previsão anterior de queda de 3,14%. Para 2017, os economistas consultados veem recuperação com um crescimento de 1,30%, sem alterações.
Ainda nesta segunda-feira, a multinacional brasileira de alimentos BRF avisou que pretende avaliar necessidade de novo aumento de preços no Brasil este ano. A BRF, no terceiro trimestre, um reajuste médio de cerca de 3,5%. O diretor financeiro da companhia, Alexandre Borges, conversou com jornalistas nesta manhã.
Aumento de preços
Além do reajuste dos preços aos consumidores, a companhia comunicou recentemente a fornecedores que quer um desconto de 5% na maior parte de suas compras no Brasil, a partir dos três últimos meses deste ano.
— É parte de um momento de tentar fazer frente a desafios da conjutura do Brasil, da indústria. É parte do esforço de tentar buscar recuperar rentabilidade, contando com a parceria histórica que temos com nossos fornecedores — disse Borges.
O presidente-executivo da BRF, Pedro Faria, disse que por trás dessa decisão está um trabalho nos últimos três anos de aproximação muito grande com os fornecedores da companhia. Segundo ele, os 5% são um convite ao diálogo com fornecedores e que eles estão entendendo o momento da companhia e “nos apoiando muito fortemente”.
Para o presidente do Conselho de Administração da BRF, Abilio Diniz, contudo, é inegável que o Brasil vive um novo momento. Apresenta sinais claros de retomada da economia, embora ainda persistam algumas dificuldades.
— As dificuldades não desaparecem da noite para o dia. Há sinais claros de retomada da economia. Devemos crescer em 2017 e se espera que 2018 que o Brasil tenha grande retomada — disse Diniz.
Potencial alternativa
Borges não descartou o IPO da unidade Sadia Halal. Mas afirmou que esta é uma das alternativas que a companhia está avaliando para o negócio. A empresa é vista como estratégica para acelerar o crescimento da empresa no mercado muçulmano.
— Não temos nenhuma decisão (…) o IPO é uma potencial alternativa do que a gente esta considerando. Versus outras alternativas também, sempre considerando qual o melhor caminho de crescer e fortalecer esse negócio — disse.
A BRF anunciou a criação da Sadia Halal no final de junho, com foco em ativos ligados à produção. Também à venda de alimentos para mercados muçulmanos. Quase um mês depois, a empresa afirmou que manteve contato com instituições financeiras. Conversou também com assessores para avaliar oportunidades para a unidade. Não descartam a captação privada.
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