A autoridade monetária vai ofertar até 15 mil contratos de swaps para a rolagem dos contratos em dólar que vencem em 2 de janeiro. É o equivalente a US$ 5 bilhões das reservas nacionais
Por Redação – de São Paulo
O dólar operava em leve baixa ante o real nesta sexta-feira. A queda foi provocada, artificialmente, após o Banco Central (BC) voltar a atuar no mercado. A autoridade monetária interveio diante do forte salto da moeda norte-americana na véspera. Os investidores, no entanto, seguem cautelosos com a situação política doméstica e na expectativa por dados dos EUA.

Queda de Geddel ainda não foi digerida por investidores que, diante da complicada cena política do país, tendem a pressionar o preço do dólar
Às 10:55, o dólar recuava 0,13%, a R$ 3,4639 na venda, depois de ter fechado a véspera a R$ 3,4685. Foi o maior valor desde 16 de junho. O dólar futuro avançava 0,3%.
— A atuação do BC foi perfeita, mas o interno deve falar mais alto ao longo do dia — destacou o sócio da Omnix Corretora, Vanderlei Muniz.
Na noite passada, o BC anunciou que voltaria a intervir no mercado de câmbio nesta sessão. Voltaria às ofertas de contratos de swaps cambiais tradicionais. Estes equivalem à venda de dólares no mercado futuro e ajudam a conter a alta da moeda norte-americana.
Reservas
A autoridade monetária vai ofertar até 15 mil contratos de swaps para a rolagem dos contratos que vencem em 2 de janeiro. É o equivalente a US$ 5 bilhões das reservas nacionais. Se o BC mantiver essa mesma atuação e vender integralmente os swaps, encerrará a rolagem em sete lelões.
— Ao chamar o leilão agora, o BC sinaliza que não quer mais muito preço do que já está no mercado — destacou Muniz.
A última vez que o BC tinha atuado no mercado havia sido em 22 de novembro, quando concluiu a rolagem dos swaps que venceram de dezembro.
Com o final de semana, para quando estão previstas manifestações populares no Brasil, e a cautela com a política nacional deixaram os investidores na defensiva.
Odebrecht
A cena política brasileira voltou a ser motivo de temores junto ao mercado após a queda de mais um ministro (Geddel Vieira Lima. Trata-se do ex-ministro da Secretaria de Governo) de Michel Temer que caiu, na semana passada, por denúncias. E ao desendentimento entre Judiciário e Legislativo após a desconfiguração das medidas anticorrupção.
Todos esses embates podem dificultar a aprovação de importantes medicas econômicas do governo no Congresso Nacional. Além disso, há preocupação com o conteúdo das delações premiadas de executivos da Odebrecht.
Ao longo da sessão, os investidores também vão monitorar o resultado do relatório do mercado de trabalho norte-americano. E devem reforçar as apostas de aperto monetário nos Estados Unidos.
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