Por Redação, com Reuters – de Washington/Londres:
O Irã intensificou nas últimas semanas os ataques de hackers contra e-mails e redes sociais de funcionários do governo dos Estados Unidos, em ataques cibernéticos que estariam ligados à prisão de um empresário iraniano-americano em Teerã, disse o Wall Street Journal na quarta-feira.
O jornal, citando autoridades norte-americanas não identificadas, disse que as pessoas que trabalham com a política para o Irã parecem ser o foco dos ataques cibernéticos, já que pessoal no Setor de Assuntos Iranianos do Departamento de Estado e o Gabinete de Assuntos do Oriente Médio estão entre os hackeados. Outros alvos incluem jornalistas e acadêmicos.
Os mais recentes relatos sobre um surto de ataques de hackers ocorrem depois de um acordo internacional histórico em julho que aliviou as severas sanções econômicas contra o Irã em troca de o país reduzir seu programa nuclear para garantir que não será usado para o desenvolvimento de armas.

Hackers a serviço da Guarda Revolucionária, um poderoso ramo do Exército iraniano, fizeram regularmente ataques contra agências do governo dos EUA nos últimos anos, mas uma fonte disse ao jornal que a ação se intensificou após a prisão de Siamak Namazi em meados de outubro.
– Estamos cientes de determinados relatos envolvendo o Irã – disse um alto funcionário do governo à Reuters em resposta à reportagem do WSJ. “Embora eu não tenha comentários a fazer sobre reportagens específicas, estamos cientes de que hackers do Irã e de outros lugares costumam usar ataques cibernéticos para obter informações ou fazer conexões com os objetivos de seu interesse.”
Namazi é chefe de planejamento estratégico da Crescent Petroleum, uma companhia de petróleo e gás nos Emirados Árabes Unidos, e trabalhou para grupos de estudo e consultoria em Washington. Ele tinha sido detido e interrogado regularmente pelos Guardas Revolucionários antes de sua prisão.
Autoridades dos EUA acreditam que alguns dos ataques mais recentes podem estar ligados a relatos sobre a prisão de cidadãos de dupla nacionalidade e outros”, disse uma fonte ao jornal.
Uso da Internet
O Reino Unido anunciou nesta quarta-feira planos para aumentar seu poder de vigilância, incluindo o direito de identificar quais sites usuários visitam na Internet, medidas consideradas vitais pelos ministros para manter o país seguro, mas que segundo críticos se trata de um ataque às liberdades.
A secretária do Interior, Theresa May, disse a parlamentares que o novo documento detalha pela primeira vez o que os espiões podem fazer e como serão supervisionados.
– (O documento) tornará as garantias e as medidas de supervisão mais fortes – comentou. “E dará aos homens e mulheres de nossas agências de segurança e de inteligência… os poderes que precisam para proteger nosso país.”
As operadoras de serviços de comunicação poderão ter de guardar durante um ano os dados de navegação de Internet de seus clientes. A secretária garantiu que muitas das medidas da nova lei só atualizam os poderes existentes ou explicam melhor suas atribuições.
O acesso de policiais e espiões ao uso da Internet se limitaria a “históricos de conexão à Internet”, quais sites foram visitados por usuários, mas não quais páginas em particular, e não seu histórico de navegação, declarou.