Comissão parlamentar recomenda que governo iraquiano responda à ordem do presidente americano que restringe a entrada de cidadãos do Iraque nos EUA. Ministério do Exterior pede que Trump reverta “decisão equivocada”
Por Redação, com DW – de Washington:
O Parlamento iraquiano pediu nesta segunda-feira que o governo do país aja com reciprocidade em resposta ao veto do presidente norte-americano, Donald Trump, para a entrada nos Estados Unidos de cidadãos e refugiados provenientes do Iraque.

Medida gerou protestos em várias cidades norte-americanas, como Nova York
A ordem executiva assinado por Trump na última sexta-feira gerou críticas de líderes mundiais e protestos em várias cidades e aeroportos norte-americanos. De acordo com o veto temporário, cidadãos e refugiados vindos do Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen ficam proibidos de entrar no país durante três meses.
Após votação, os deputados aprovaram a recomendação feita pela comissão parlamentar de Relações Internacionais ao governo para “agir com reciprocidade”. E “pedir às organizações internacionais, à ONU, à Liga Árabe e à Organização para a Cooperação Islâmica. Que tomem medidas” necessárias para “exigir ao Congresso e ao governo norte-americano que revejam a decisão”.
O ministro das Relações Exteriores do Iraque, Ahmed Jamal, lamentou o que chamou de veto “contra um aliado ligado aos Estados Unidos por uma parceria estratégica”.
– O veto vem num momento em que nossos corajosos combatentes estão alcançando vitórias. Contra o ‘Estado Islâmico’ na batalha por Mossul. Com o apoio da coalizão internacional liderada pelos EUA – afirmou em nota, pedindo que Trump reconsidera a “decisão equivocada”.
– O verdadeiro desejo do Iraque é reforçar a associação estratégica entre os dois Estados. E aumentar os horizontes de cooperação na luta contra o terrorismo, na economia e em tudo aquilo que sirva aos interesses comuns”, aponta o comunicado.
Organizações reagem
A Organização da Cooperação Islâmica, que reúne 57 Estados-membros. Declarou que o decreto anti-imigração reforça o extremismo e o terrorismo e pediu que o governo norte-americano revise a decisão.
Segundo o comunicado, a medida “seletiva e discriminatória” castiga “injustamente os refugiados que fogem da guerra e da tirania nos seus países”.
A presidente da Comissão da União Africana (UA), Nkosazana Dlamini-Zuma, lamentou que o mesmo país que recebeu muitos africanos como escravos. Agora proíba a entrada de refugiados do continente.
Presente na mesma conferência. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lembrou que os países africanos são os que mais acolhem refugiados no mundo.
– As fronteiras africanas continuam abertas para todos os refugiados que necessitam de proteção. Enquanto as fronteiras em muitos outros países. Incluindo nas zonas mais desenvolvidas do mundo, estão sendo fechadas – afirmou.
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