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Janot fatia denúncias e transforma vida de acusados em ‘um inferno’

23 de Junho de 2017, 14:42 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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A tendência é que Janot apresente, ainda na segunda-feira, a acusação contra Temer e Rocha Loures, por corrupção passiva.

 

Por Redação – de Brasília e São Paulo

Procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot tende a elevar o grau de dificuldade para a defesa do presidente de facto, Michel Temer. Janot deverá oferecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais de uma denúncia criminal contra a dupla Temer e Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor da Presidência da República hoje transformado em presidiário.

Janot

Procurador-Geral da República, Janot tende a ‘fatiar’ as denúncias contra Michel Temer

A tendência é que Janot apresente, ainda na segunda-feira, a acusação contra Temer e Rocha Loures, por corrupção passiva. Num segundo momento, ele poderá denunciar os acusados por outros crimes, disse fonte próxima à PGR à reportagem do Correio do Brasil.

— Caso sejam fatiadas as denúncias, as vidas de Temer e Rocha Loures vão virar um inferno. Não terão paz, diante do nível de mobilização necessário a não deixar que as mensagens passem na Câmara. Precisará viver apenas para isso — afirmou.

Áudios gravados

O ministro Edson Fachin, do STF, na semana passada, deu prazo de cinco dias corridos a partir da quinta-feira para que o procurador-geral decida denunciar Temer. Ou não, o que levaria ao arquivamento do caso. Fachin enviou a Janot cópia do inquérito que inclui o relatório parcial feito pela Polícia Federal (PF) que aponta haver evidências de crime de corrupção passiva.

Segundo a fonte, o procurador-geral deverá denunciar Temer primeiro por esse crime e, quando receber a conclusão das demais investigações da PF — como o laudo que analisa a gravação da conversa entre Joesley Batista, da JBS, e o mandatário — fazer nova acusação ao Supremo.

Voto em Plenário

Formalmente, Temer é alvo de inquérito pelos crimes de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa. Essa decisão de Janot terá impacto na Câmara dos Deputados. Os parlamentares vão dizer se autorizam, ou negam a investigação no Supremo, conforme prevê a Constituição.

Se houver mais de uma denúncia, os deputados terão de fazer, em Plenário, mais de uma votação sobre o assunto. Bastaria que uma delas seja aceita para Temer se transformar em réu no Supremo. Isso significaria seu afastado do cargo por até 180 dias. Período em que se espera por um julgamento. Se isso não ocorrer nesse período, ele retornaria ao cargo.

Para a autorização ser concedida, são necessários os votos de dois terços dos deputados — ao menos 342 dos 513 deputados.
Temer e aliados políticos têm trabalhado para barrar a autorização para o STF julgá-lo e esperam ter mais de 200 votos contrários à autorização.

Advogado reticente

Advogado de Michel Temer, Antônio Claudio Mariz demonstrava, nesta sexta-feira, no entanto, sinais de desânimo quanto às chances de seu cliente sair ileso da Operação Lava Jato.

— Se a perícia não mostrar nada, fica difícil — afirmou Mariz a jornalistas, na noite passada.

Temer foi gravado pelo empresário Joesley Batista dando aval à compra do silêncio de Eduardo Cunha, mas a defesa de Temer alega que os áudios podem ter sido adulterados.

O delator, no entanto, em novo depoimento à PF, garantiu que não houve adulteração “de espécie alguma” nas fitas gravadas. Segundo a PF e o Ministério Público Federal (MPF), no entanto, a acusação independe dessa perícia, ainda não concluída, pois existem outros elementos de prova.

Lava Jato

Mariz também protestou contra a decisão do STF, que validou as delações da JBS e manteve o ministro Edson Fachin como relator.

— Fiquei muito preocupado com a decisão do Supremo ao dizer que delação premiada não pode ser anulada. Na verdade, o Supremo está se despojando de um direito-obrigação que ele tem, que é o de dizer o Direito. Me espanta que o Supremo tenha lavado as mãos — afirmou, durante palestra na Casa do Saber, em São Paulo.

O advogado de Temer também criticou a Lava Jato.

— A Lava Jato vai acabar, um dia ela termina, mas o efeito imediato é terrível. Os juízes jovens querem ser os novos Moros (em referência a Sergio Moro), acham que são combatentes do crime, um grande erro. A sociedade precisa ser alertada de que um dia precisará de princípios — concluiu.

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Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/janot-fatia-denuncias-transforma-vida-acusados-inferno/

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