Na véspera, a JBS anunciou um plano de desinvestimentos de R$ 6 bilhões, após ter fechado um acordo de leniência com valor recorde
Por Redação, com Reuters – de Brasília:
A Justiça Federal de Brasília proibiu uma negociação de US$ 300 milhões em que o grupo JBS acertou vender a totalidade das ações de subsidiárias detentoras de operações de carne bovina na Argentina, Paraguai e Uruguai para subsidiárias da Minerva, nos respectivos países.
Justiça bloqueia negócio de US$ 300 milhões entre JBS e Minerva em países do Mercosul
A decisão foi tomada na terça-feira pelo juiz substituto da 10ª Vara Federal, Ricardo Leite. Que citou que a venda de ativos pode prejudicar o esclarecimento de fatos denunciados na delação de executivos da JBS.
Após à agência inglesa de notícias Reuters publicar a informação, as ações da Minerva passaram a cair. Às 12:31, operavam em baixa de 0,17 %. Enquanto o papel da JBS subia 1,3 % no mesmo horário.
Na véspera, a JBS anunciou um plano de desinvestimentos de R$ 6 bilhões, após ter fechado um acordo de leniência com valor recorde. Diante do envolvimento em escândalo de corrupção.
Venda de ativos
Em seu despacho, o juiz considera “prematura” a venda de ativos da JBS pela “fragilidade” das provas apresentadas pela empresa até agora na delação.
Além disso, afirmou ele, o acordo de delação ainda será analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que poderá mudá-lo.
O acordo da JBS com a Minerva, anunciado no início deste mês. Ocorre no momento em que a empresa controlada pela família Batista sofre as consequências da delação que envolveu o presidente de facto Michel Temer e políticos.
A JBS pretendia utilizar os recursos obtidos no negócio com a Minerva para diminuir sua alavancagem financeira.
A empresa, que encerrou março com dívida líquida de R$ 47,8 bilhões e alavancagem de 4,2 vezes o Ebtida de 12 meses, afirmou ainda na data do anúncio do negócio que pretende se concentrar no crescimento de mercados maiores e mais lucrativos.
Segundo o acordo, a Minerva pagaria US$ 280 milhões em dinheiro no fechamento da transação. O que era esperado para julho. O saldo remanescente seria pago após a conclusão de due diligence.
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