A Lava Jato investiga esquema bilionário de corrupção envolvendo a Petrobras e outras empresas e órgãos públicos
Por Redação, com agências – de Brasília:
A Polícia Federal retomou nesta quarta-feira as ações da operação Lava Jato com a realização de uma nova fase que investiga suposto repasse disfarçado de propina a agentes envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras por meio de um empreendimento imobiliário, com participação de uma empreiteira já investigada, informou a PF.
A 22ª etapa da Lava Jato, chamada Triplo X, também investiga um suposto grupo criminoso que possibilitava a investigados movimentar recursos recebidos de propina no exterior, acrescentou a PF em nota.
Foram expedidos 6 mandados de prisão temporária, além de 15 mandados de busca e apreensão e 2 mandados de condução coercitiva nas cidades de São Paulo, Santo André, São Bernardo do Campo e Joaçaba (SC).
– Nesta fase são apurados os crimes de corrupção, fraude, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, dentre outros – disse a Polícia Federal.
A empreiteira com envolvimento na nova etapa da Lava Jato seria a OAS e a PF também estaria investigando a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), segundo a mídia.

O empreendimento imobiliário envolvido na investigação fica no mesmo condomínio no Guarujá (SP) onde a OAS havia reservado um apartamento triplex para a família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula.
A Lava Jato investiga esquema bilionário de corrupção envolvendo a Petrobras e outras empresas e órgãos públicos, empreiteiras e partidos e políticos, e já levou à prisão vários ex-executivos da petroleira e de empreiteiras, além de políticos.
Andrade Gutierrez
O Ministério Público Federal (MPF) reiterou na terça-feira à Justiça Federal em Curitiba pedido de condenação de ex-executivos da empreiteira Andrade Gutierrez e ex-diretores da Petrobras investigados na Operação Lava Jato pelos crimes de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro.
Nas alegações finais entregues ao juiz Sergio Moro, além de pedir a condenação de 11 réus, o MPF quer a devolução de R$ 729 milhões, referente aos valores indevidos pagos a ex-diretores da estatal.
Segundo os procuradores, devem ser condenados Otávio de Azevedo, presidente afastado da empreiteira, Pedro Barusco e Renato Duque, ex-diretores da Petrobras, além de outros investigados.
O empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, o doleiro Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, devem ser beneficiados com redução de pena por terem assinado acordo de delação premiada.
Para os procuradores, a Andrade Gutierrez participava do cartel de empresas que tinham contratos com a Petrobras. A denúncia contra os acusados foi oferecida em julho do ano passado. A empreiteira e as defesas de Renato Duque e Pedro Barusco informaram que não vão se manifestar sobre o assunto.