Por Redação, com agências internacionais – de Londres/Bruxelas:
A agência europeia de gestão de fronteiras (Frontex) informou nesta terça-feira, que mais de 540 mil refugiados chegaram às ilhas gregas nos primeiros dez meses deste ano, número 13 vezes superior ao registrado no mesmo período no ano passado.
Segundo a Frontex, apesar do agravamento das condições meteorológicas em outubro, mais de 150 mil pessoas fizeram a ligação entre a Turquia e a Grécia no mês passado, contra aproximadamente 8.500 em outubro de 2014.
A agência de controle das fronteiras externas da União Europeia (UE) lembra que a maior parte dos imigrantes é procedente da Síria, mas que nas últimas semanas a proporção de afegãos “aumentou significativamente”.
Em contraste com os números recordes verificados na Grécia e nos Balcãs Ocidentais, acrescenta a Frontex, a rota do Mediterrâneo Central registrou diminuição para metade do número de migrantes que viajaram para a Itália a partir da Líbia (de aproximadamente 17 mil, em outubro de 2014, para 8.500 no mês passado), o que a agência atribuiu, “em grande medida”, à falta de embarcações disponíveis.
A Frontex mostra ainda que muitos dos migrantes detidos nas fronteiras externas da UE nos Balcãs Ocidentais – a maior parte nas fronteiras da Hungria e Croácia com a Sérvia – chegaram inicialmente às ilhas gregas no Mar Egeu, tendo posteriormente abandonado a União Europeia para viajar pela antiga República Iugoslava da Macedônia e a Sérvia.
– Depois de a Hungria ter construído uma barreira em sua fronteira com a Sérvia e reforçado os controles fronteiriços em setembro, os migrantes começaram a atravessar a fronteira da Croácia com a Sérvia em números recordes – diz a agência.
Crise Migrátoria
O executivo da União Europeia em Bruxelas considerou as exigências feitas nesta terça-feira pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, para novos limites aos direitos de cidadãos do bloco que trabalham em outros países “altamente problemáticas”, disse o porta-voz da Comissão Europeia.
Indagado em uma coletiva de imprensa a respeito da reação inicial da Comissão à carta do premiê, o porta-voz Margaritis Schinas respondeu: “À primeira vista, vemos uma série de elementos que parecem factíveis, como encontrar maneiras de aumentar o papel dos parlamentos nacionais, alguns temas que são difíceis, como união e relações cada vez maiores a respeito dos detalhes do euro, e algumas coisas que são altamente problemáticas, já que tocam nas liberdades fundamentais do mercado interno”.
– Uma discriminação direta entre cidadãos da UE claramente entra nesta categoria.
Em sua carta ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, publicada em Londres, Cameron propôs que os cidadãos da união que vão à Grã-Bretanha a trabalho não se qualificariam para receber benefícios estatais pagos a trabalhadores britânicos até estarem no país há quatro anos.
Schinas disse que o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, cujo órgão executivo será responsável pela elaboração de uma possível nova legislação e por emendas em tratados, está disposto a cooperar.