Os protestos se repetiram, nas principais capitais do país, enquanto a presidenta Dilma Rousseff respondia aos senadores, no processo de deposição que caracteriza o golpe de Estado. “Estamos todos acompanhando pela TV uma farsa. Uma farsa retira direitos e retrocede em conquistas”, afirmou Carina Vitral, presidenta da UNE

Por Redação, com RBA – de Brasília

Milhares de manifestantes das mais diversas tendências e movimentos sociais reuniram-se, na manhã desta segunda-feira, em frente ao Congresso Nacional em protesto contra o golpe parlamentar, jurídico e midiático, em curso no Brasil. A presidenta Dilma Rousseff chegou mais cedo ao Senado, onde apresentou sua defesa, em um discurso de cerca de 45 minutos e, em seguida, passou a responder às perguntas dos senadores.

Carina Vitral (C) liderou protesto contra o golpe de Estado, em curso no país

Instituições que representam os estudantes em todo o país nos diversos níveis, dos secundaristas à pós-graduação, passando pela tradicional União Nacional dos Estudantes (UNE), com 79 anos de marcante atuação nos momentos mais críticos da vida política nacional, apoiaram o discurso de defesa proferido hoje (29) pela presidenta Dilma Rousseff no plenário do Senado, e voltaram a denunciar o golpe em curso.

— Estamos todos acompanhando pela TV uma farsa. Uma farsa retira direitos e retrocede em conquistas — afirmou Carina Vitral, presidenta da UNE. Em manifestação pelo twitter, ela afirmou que “a história é implacável e saberá mostrar quem estava do lado certo nesse momento em que vivemos”.

Já a representante dos pós-graduandos classificou o discurso de Dilma como “corajoso” e “seguro”, e, assim como Carina, também fez menção ao julgamento da história: Dilma demonstrou segurança de que sabe que não cometeu crime algum e do lugar que a história a reserva”, afirmou a jornalistas Tamara Naiz, presidenta da Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG).

Para ela, a deposição de Dilma causa preocupação pelos riscos futuros, e também já efetivados, de cortes em setores importantes, como Educação, Saúde e políticas sociais. “Esse golpe é o caminho mais curto para voltar a um passado muito difícil, de poucas oportunidades e pobreza.”

Para a ANPG, a alternativa para a saída da crise continua sendo a convocação de um plebiscito, ainda que Tamara expresse a convicção de que esse objetivo fica mais distante com a concretização do afastamento de Dilma. “O líder político tem que ser eleito pelo povo, e não por uma eleição indireta”, frisou Tamara.

Falando em nome dos secundarista, Camila Lanes, classificou a fala de Dilma como “um dos mais belos e verdadeiros discursos”, e afirmou ainda que hoje é um dia em que os estudantes precisam estar atentos para o que está se decidindo em Brasília, que vai decidir o futuro de milhões de brasileiros. A presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) lembrou ainda que a hashtag #pelademocracia, era uma das mais comentadas mundialmente no Twitter, ressaltando o interesse, em especial da juventude, pelos rumos políticos do país.

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