A Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social do Distrito Federal montou um forte esquema de segurança e retomou as revistas na Esplanada. Perda de tempo para quem integrava a manifestação de direita
Por Redação – de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo
Desde as primeiras horas da manhã, a Polícia Militar (PM) do Distrito Federal restringiu o acesso à área da Praça dos Três Poderes. Nem seria necessário. O espaço onde fica o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal, além dos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores sequer foi preenchido por manifestantes. O trânsito foi interrompido a partir da Rodoviária. O acesso as vias N1 e S1, atrás dos Ministérios, também foi proibido.
A Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social do Distrito Federal montou um forte esquema e retomou as revistas na Esplanada. Perda de tempo. O número de pessoas era inferior àquele que deu origem aos incidentes do último dia 29, durante os protestos contra a PEC dos Gastos. Naquele momento, houve confronto entre manifestantes e policiais. Neste domingo, alguns participantes faziam ‘selfies’ com policiais militares.
Sem ocorrências
O efetivo de policiais militares chegou a 1,5 mil homens, conforme informou antes da manifestação o Governo do Distrito Federal (GDF). O esquema contou, ainda, com agentes do Detran e bombeiros. A Polícia Civil informou que todos os departamentos estariam em funcionamento. A 5ª Delegacia de Polícia (DP) teve o plantão reforçado. A 1ª DP também iria receber ocorrências, além do Departamento de Polícia Especializada. Nada disso foi necessário.
As forças de segurança orientaram os manifestantes a não cobrir o rosto, não usar guarda-chuva (se chover utilizar capa), não portar objetos cortantes ou garrafas de vidro. A polícia pediu também que se fossem identificados grupos com intenção de tumultuar os protestos que as autoridades sejam informadas. Não houve um informe, sequer.
A maioria, na manifestação, portava faixas contra o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e cartazes com frases como “Somos todos Sérgio Moro”, “Fora Corrupção”, “Estamos de olho: a Lava Jato não será sabotada”, “Fim do foro privilegiado” e “Pressa do julgamento de políticos no STF”.
Manifestação no Rio
Na capital carioca, algumas centenas de pessoas se aglomeraram nos cerca de 800 metros que separam os postos 4 e 5 da Praia de Copacabana. Os espaços vazios foram inevitáveis, por mais que a câmera da Rede Globo tentasse fechar o ângulo. Foi o único canal de TV aberta a cobrir, ao vivo, as manifestações. Embora minguados, ouvia-se gritos contra a decisão da Câmara dos Deputados de aprovar, com alterações, a proposta de emenda à Constituição (PEC). A medida teve origem em um documento da Operação Lava Jato. Ao todo reuniu 2,5 milhões de assinaturas, com 10 medidas de combate à corrupção.
O protesto na cidade atendeu convocação do Movimento Vem pra Rua. Juntaram-se ao grupo de extrema direita a Associação dos Magistrados do Rio de Janeiro (Amaerj) e a Associação do Ministério Público do Estado (Amperj). Na avaliação dessas instituições, “a manifestação é uma oportunidade para que todos se juntem contra a responsabilização criminal de juízes e membros do Ministério Público”.
Durante o ato, centralizado nas ruas Miguel Lemos, Xavier da Silveira, Bolívar e Barão de Ipanema, os manifestantes gritavam palavras de ordem. E ostentavam slogans em cartazes e bandeiras, entre eles “Diga não a esse absurdo. O que o povo pedia? Prisão aos corruptos! O que eles entregaram? Prisão a juízes e promotores”. E, ainda: “Podem até calar a Justiça, mas não podem calar a voz do povo”. Alguns gritavam palavras de ordem como “Fora Renan”. “Fora Maia” . “Viva Moro” e “Viva Marcelo Bretas”. Este último, em alusão aos juízes que iniciou a Lava Jato e determinou a prisão do ex-governador Sérgio Cabral.
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