Por Redação, com DW – de Londres:
Mianmar realizou neste domingo sua primeira eleição parlamentar livre desde 1990. Mais de 30 milhões de pessoas no país asiático, que deixa para trás quase cinco décadas de ditadura militar, estiveram aptas a votar. O voto é negado, no entanto, a centenas de milhares de membros da minoria muçulmana dos rohingya.
Confiante na escolha dos eleitores, a líder oposicionista e Prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi votou na capital Yangon. Há preocupações, no entanto, de que os militares não venham a reconhecer novamente uma vitória do partido de Suu Kyi, a Liga Nacional pela Democracia (LND).
As urnas fecharam às 16h (hora local) deste domingo. Segundo as autoridades eleitorais, a participação no pleito girou por volta de 80%. Espera-se uma vitória do partido de Suu Kyi, que precisará obter ao menos dois terços dos votos para uma clara maioria no Parlamento.
Em 1990, a LND já havia saído vitoriosa das eleições, mas a vitória do partido da Prêmio Nobel da Paz birmanesa de 70 anos foi ignorada e Aung San Suu Kyi passou 20 anos em prisão domiciliar. Suu Kyi não pode candidatar-se à presidência do país devido a uma disposição na Constituição, aprovada pelos militares, que veta ao cargo pessoas com familiares estrangeiros, como é o seu caso, já que os filhos de Suu Kyi têm passaporte britânico.
No entanto, caso seu partido vença as eleições, ela deverá obter um cargo “acima do presidente”. Os resultados oficiais deverão ser divulgados somente nesta segunda-feira. A TV estatal transmite ao vivo a contagem de votos.