Por Redação, com DW – de Berlim:
A partir desta quarta-feira, líderes da União Europeia (UE) se reúnem por dois dias com seus homólogos africanos em Malta, prometendo dinheiro em troca de ajuda para conter o fluxo de imigrantes no Mediterrâneo.
O comissário de Migração da UE, Dimitris Avramopoulos, disse que o objetivo da cúpula na capital maltesa, Valeta, é “melhorar a cooperação” com os países africanos.
Avramopoulos sublinhou que a meta é proteger os refugiados, parar o tráfico de pessoas e enviar de volta para casa migrantes irregulares. A União Europeia anunciou que vai oferecer aos africanos canais legais de migração para a Europa.
– É por isso que a cúpula em Valeta é tão importante – ressaltou Avramopoulos, antes do início da reunião, que tem participação de 50 chefes de Estado e de governo.
A Comissão Europeia está criando um fundo para a África de 1,8 bilhão de euros, em parte destinado a combater as causas da migração, como a pobreza e os conflitos armados.
Questão de longo prazo
O dinheiro visa, em parte, persuadir os líderes africanos a acolher de volta mais migrantes econômicos, enquanto muitos países africanos relutam em perder o dinheiro enviado pelos seus cidadãos que vivem no exterior.
Os líderes da UE também devem se reunir separadamente na quinta-feira, para discutir a migração vinda da Turquia, que já ultrapassou o norte de África como o principal ponto de partida para os migrantes e refugiados que vão para a Europa. No entanto, a migração originada do continente mais pobre do mundo é vista como um problema de mais longo prazo.
Somente em outubro, mais de 218 mil refugiados e migrantes chegaram à Europa por mar.
– Estamos sob uma incrível pressão dos acontecimentos – advertiu o presidente da EU, Donald Tusk, um dia antes da reunião em Malta. “Os governos da UE estão analisando mais de um milhão de pedidos de asilo, um número recorde, que testa qualquer democracia desenvolvida.”
O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, disse à emissora alemã Bayerische Rundfunk que qualquer ajuda deve ser condicional e não deve ser dada a países com regimes “duvidosos”. “Acho que devemos elevá-la (a ajuda) ainda mais”, opinou. “Mas devemos fazer da cooperação para desenvolvimento algo condicionado à democracia e ao Estado de direito.”