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Moro fragiliza Lava Jato ao afirmar que Lula era uma espécie de adversário

6 de Julho de 2020, 18:55 , por Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Moro ocupou o Ministério da Justiça do atual governo, do qual foi expelido após uma série de divergências com o mandatário neofascista. Na noite de domingo, o ex-juiz comparou, na conversa com jornalistas, o depoimento de Lula na Lava Jato, pouco antes de sua condenação, a um “ringue” de boxe.

Por Redação – de São Paulo

O ex-juiz Sérgio Moro, que assinou o pedido de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito de um processo polêmico, durante as eleições presidenciais de 2018, assumiu em entrevista, na noite passada, que o réu era, na realidade, um adversário político. A decisão de Moro permitiu que o então candidato Jair Bolsonaro, vencesse as eleições.

No ofício a Aras, Moro mencionou o fato de que a própria reportagem aponta o registro de presença de Bolsonaro na CâmaraMoro é instado a ser candidato à Presidência da República, em 2022, contra Jair Bolsonaro (sem partido)

Ato seguinte, Moro ocupou o Ministério da Justiça do atual governo, do qual foi expelido após uma série de divergências com o mandatário neofascista. Na noite de domingo, o ex-juiz comparou, na conversa com jornalistas, o depoimento de Lula na Lava Jato, pouco antes de sua condenação, a um “ringue” de boxe.

De imediato, juristas e autoridades constituídas apontaram a existência de uma severa imparcialidade na decisão do juiz, que cogita uma eventual candidatura à Presidência da República em 2022. Antes de ser candidato, no entanto, segundo o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), Moro precisa fazer as pazes com seu discurso.

“Se Moro quiser ser competitivo, tem que reconhecer erros do passado e do presente”, respondeu o chefe do Executivo maranhense, em uma rede social.

‘Grampos’

Seis anos depois de se tornar, para uma parcela significativa do eleitorado brasileiro, o símbolo do combate à corrupção, no país, a Operação Lava-Jato encontra-se, agora, envolvida em suspeitas de irregularidades. A equipe, sob coordenação do procurador Deltan Dallagnol, recebeu ataques diretos da PGR e passou a confrontar o procurador-Geral, Augusto Aras.

Parece formada, entre os procuradores, a certeza de que Aras busca centralizar as investigações sobre corrupção e suspeitam que seu verdadeiro objetivo seja proteger o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus três filhos: Flávio, Carlos e Eduardo, todos eles envolvidos em pesados processos na Justiça.

Sob o ponto de vista destes procuradores, fica evidente a intenção do Palácio do Planalto de desconstruir a imagem de Moro, que encarna a imagem da Lava-Jato. O início da disputa entre PGR e a força-tarefa de Curitiba coincide com o momento em que Moro deixa o governo federal. Surgiram, nos últimos dias, informações de que a força-tarefa de Curitiba teria usado equipamento de gravação e interceptação telefônica de forma ilegal, os conhecidos ‘grampos’.

‘Sem querer’

Na última quinta-feira, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas determinou a realização de diligências para apurar denúncia de uso dos equipamentos. Dallagnol nega. Diz ele que são apenas aparelhos de gravação de chamada adquiridos em 2015 devido às ameaças sofridas pela equipe, sendo que os próprios servidores controlavam os registros.

Em ofício enviado a Aras, semana passada, a força-tarefa admitiu que o aparelho teria gravado, “sem querer”, algumas pessoas, depois de servidores terem saído do grupo e “esquecido” o terminal de gravação ligado. Eles citam três casos, chamam de “lapso” e afirmam que aconteceu sem conhecimento dos procuradores.

Deltan Dallagnol garante que a informação sobre o aparelho de interceptação telefônica foi “plantada na imprensa”, depois da visita da subprocuradora-geral, Lindôra Araújo, a Curitiba. “(O aparelho) não faz grampo, não faz interceptação telefônica”, garante.

Junto com FBI

Outra polêmica destacada foi a suposta ligação da força-tarefa de Curitiba com o Federal Bureau of Investigation (FBI, a Polícia Federal dos Estados Unidos, na sigla em inglês). Segundo Dallagnol, o contato nada teve de ilegal, mas há controvérsias. Ele relata que, entre 2016 e 2017, a Odebrecht montou um sistema criptografado de pagamento de propinas no Brasil e nos EUA, e precisaram saber se os norte-americanos tinham tecnologia para quebrar o código. “Foi um questionamento legítimo e lícito”, defende-se, na resposta à PGR.

O procurador garante que, se houvesse alguma ilegalidade, advogados já teriam questionado. “Atos da Lava-Jato são examinados desde o princípio por três instâncias independentes do Judiciário”, afirma.

A PGR, no entanto, suspeita ainda de que a força-tarefa de Curitiba teria disfarçado os sobrenomes dos presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), em uma denúncia de corrupção. Foram incluídos com sobrenomes menos conhecidos, “Rodrigo Felinto” e “David Samuel”.

A mudança seria para que a investigação não fosse STF, e permanecesse na Primeira Instância. A força-tarefa justificou que a investigação não teve como alvo pessoas com foro privilegiado e que os nomes assim estavam porque não cabiam inteiros nas tabelas.


Fonte: https://www.correiodobrasil.com.br/moro-fragiliza-lava-jato-ao-afirmar-que-lula-era-uma-especie-de-adversario/

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