Vitorioso na campanha presidencial mais polarizada da história, Bolsonaro também terá de enfrentar um rombo fiscal que já dura cinco anos e um cenário econômico que conta com 12 milhões de desempregados.
Por Redação – de Brasília
Jair Bolsonaro (PSL) tomou posse nesta terça-feira sob um esquema de segurança sem precedentes para este tipo de evento e com a promessa de um governo que quebre paradigmas que vão desde o modelo de negociação com o Congresso até a forma de comunicação com a sociedade. Em contrapartida, o público presente foi um dos menores das últimas festividades semelhantes.
Nuvens rondavam o Palácio do Planalto, momentos antes da posse de Jair BolsonaroVitorioso na campanha presidencial mais polarizada da história, Bolsonaro também terá de enfrentar um rombo fiscal que já dura cinco anos e um cenário econômico que conta com 12 milhões de desempregados e a necessidade de reformas como a da Previdência.
“Pais maluco: festa na rua para um presidente preso injustamente em Curitiba. Bombas e metralhadoras para proteger um usurpador em Brasília. Nem o mais terrível pesadelo poderia prever uma situação como essa”, disse o jornalista e professor Laurindo Leal Lalo Filho, em comentário em uma rede social.
Segurança
Bolsonaro, com 63 anos, tomou posse às 15h, em cerimônia no Congresso ao lado do general Hamilton Mourão, atual vice-presidente da República. Até o início da tarde, ainda não havia movimentação no Congresso, exceto a de jornalistas. Depois da posse no Parlamento, Bolsonaro irá ao Palácio do Planalto onde receberá a faixa presidencial do atual presidente Michel Temer (PMDB).
Em meio ao forte esquema de segurança que cerca a posse, ocorreu o tradicional desfile em carro aberto dos presidentes recém-empossado.
Diante de supostas ameaças ao presidente empossado, nas palavras do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sergio Etchegoyen, foi feito um número maior de bloqueios do que em posses anteriores para quem se arriscou a acompanhar a posse na Esplanada do Ministério — fechada desde o domingo — e a entrada de pessoas com bolsas e mochilas, por exemplo, está proibida.
Líderes políticos
O acesso à Esplanada, bloqueada por 80 horas sendo novamente liberada somente na quarta-feira, foi feito somente a pé e pela rodoviária de Brasília. O cerimonial convidou quatro ex-presidentes para a posse de Bolsonaro —José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rousseff—, mas somente Sarney e Collor estiveram presentes ao ato.
Os organizadores da posse também reservaram lugar de destaque no Palácio do Planalto para que os comandantes das três forças —Exército, Marinha e Aeronáutica— acompanhem a posse. Eles tomaram assento mais próximo à rampa do palácio do que os presidente da Câmara dos Deputados, do Senado e do Supremo Tribunal Federal (STF), por exemplo.
Além de simpatizantes e lideranças políticas brasileiras, também acompanharam a posse do novo presidente autoridades internacionais, como o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, representantes de dois países com que Bolsonaro deverá buscar relações estreitas.