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Neonazismo e antissemitismo se tornam problemas para os alemães

18 de Janeiro de 2018, 14:18 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Em meio a aumento da hostilidade contra judeus na Alemanha, maiores partidos do país propõem no Parlamento novas medidas para combater o fenômeno. Projeto é recebido também com críticas

Por Redação, com DW – de Berlim:

Parlamento alemão discutiu nesta quinta-feira um conjunto de medidas para intensificar o combate ao antissemitismo no país. Entre elas está a criação do cargo de encarregado de antissemitismo para lidar com a questão no governo.

Manifestantes queimam bandeira com a estrela de Davi, símbolo do judaísmo, em Berlim, em dezembro de 2017

O projeto, apresentado pela União Democrata Cristã (CDU), da chanceler federal Angela Merkel; e os partidos Social-Democrata (SPD), Verde e Liberal Democrático (FDP), ressalta que, devido ao Holocausto, à privação de direitos e ao assassinato de 6 milhões de judeus, a Alemanha tem uma responsabilidade especial no combate ao antissemitismo.

Os partidos destacam que muitos dos delitos antissemitas no país continuam tendo motivação de extrema direita. Mas que recentemente verificou-se um “antissemitismo reforçado pela imigração de países do Norte da África e do Oriente Médio”.

O líder parlamentar da CDU, Volker Kauder, afirmou em entrevista à emissora ZDF que é preciso um combate resoluto ao antissemitismo na Alemanha. Ele disse ser lamentável e inaceitável que instituições judaicas ainda tenham; que ser protegidas pela polícia e que judeus tenham medo de serem reconhecidos nas ruas. 

Krauder reconheceu que um encarregado para antissemitismo no governo não seria a solução para todas as questões. Mas que ele poderia se dedicar, por exemplo, a sugestões de como lidar com o tema nas escolas.

Recentemente,  a queima de bandeiras de Israel por manifestantes na Alemanha; em reação à controversa decisão do presidente americano, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, provocou indignação. As autoridades avaliam proibir que bandeiras; em geral sejam incendiadas no país. “Isso é algo inadmissível aqui na Alemanha”, criticou Krauder.

“Preconceito enraizado”

Ao mesmo tempo, o historiador teuto-israelense Michael Wolffsohn criticou a proposta; questionando a efetividade de um encarregado de antissemitismo no governo.

– O triste fenômeno do antissemitismo tem 3 mil anos de idade. Se um político acha que pode afastar um preconceito humano tão enraizado por meio da implementação de uma autoridade adicional, isso é sim algo muito simpático, mas também completamente ingênuo, para não dizer megalomaníaco – disse.

A deputada do partido A Esquerda Petra Pau se opôs ao fato de se atribuir o problema aos imigrantes, “pois a maioria dos crimes antissemitas ainda é cometida por extremistas de direita”. Por isso, ela anunciou que se absterá da votação da proposta no Bundestag.

Já o presidente do Conselho Central de Judeus na Alemanha, Josef Schuster, saudou a proposta, classificando-a de primeiro importante passo na luta contra o antissemitismo.

– O que mais me preocupa é o antissemitismo no centro da sociedade. Ele se manifesta frequentemente por meio de uma crítica exagerada e totalmente unilateral contra Israel e muitas vezes carrega mais preconceitos antissemitas do que as pessoas se dão conta – disse Schuster. “Sem perceber, as pessoas transmitem estereótipos antissemitas para a próxima geração.”

Além da criação do cargo de encarregado de antissemitismo, o conjunto de medidas propostas por conservadores, social-democratas, verdes e liberais, inclui um melhor registro estatístico de incidentes antissemitas e a criminalização da negação ou minimização do Holocausto na internet. Também foi proposto que estrangeiros que incitarem ao ódio contra judeus sofram consequências em relação ao direito de permanência na Alemanha.

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Fonte: https://www.correiodobrasil.com.br/neonazismo-e-antissemitismo-se-tornam-problemas-para-os-alemaes/

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