Os números de agosto também indicam um aumento no percentual das famílias que têm dívidas em atraso – seja no cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro ou seguro
Por Redação – de São Paulo
Depois de seis meses consecutivos de queda na comparação mensal, o endividamento das famílias brasileiras voltou a subir em agosto, indo a 58%. A constatação é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que divulgou nesta quinta-feira a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). O resultado da pesquisa, em agosto, mostra que a alta do endividamento das famílias chegou a 0,3 ponto percentual em relação a julho, quando o índice era de 57,7%. Em agosto de 2015, quando o endividamento atingia 62,7% das famílias, o índice chegou a cair 4,7 pontos percentuais.

O volume de dívidas tem aumentado no país, em decorrência do desemprego e da crise econômico-política
Na avaliação da economista da confederação, Marianne Hanson, o volume de dívidas vinha caindo, não em função da melhora das condições das famílias, mas por causa do receio de consumir e da situação econômica do país como um todo.
— As dívidas vinham diminuindo em função da retração do consumo. Essa mudança de comportamento pode indicar alguma melhora, porém, as altas taxas de juros e o mercado de trabalho desaquecido continuam sendo um entrave para a retomada das compras. As famílias ainda estão inseguras para consumir ou contrair novas dívidas — disse Marianne.
Os números de agosto também indicam um aumento no percentual das famílias que têm dívidas em atraso – seja no cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro ou seguro. Esse número subiu 24,4% em julho, um aumento de 2 pontos percentuais em relação a julho (22,9%), mantendo ainda um patamar elevado. Em agosto de 2015, o percentual de endividamento das famílias era de 22,4%.
Dívidas e inadimplência
Os dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor indicam que o percentual de inadimplência aumentou de julho para agosto. O percentual das famílias que relataram não ter como pagar suas dívidas e que, portanto, permanecerão inadimplentes, foi de 9,4%, superando julho em 0,7 ponto percentual, quando o indicador registrou 8,7%. Em agosto do ano passado a inadimplência estava em (8,4%).
A pesquisa constatou, por outro lado, que o tempo médio de atraso para pagar as dívidas foi de 63,3 dias. Já o tempo médio de comprometimento com as dívidas é de 7,2 meses, sendo que 34,9% possuem dívidas por mais de um ano. Do total das famílias brasileiras, 21,6% têm mais da metade da sua renda comprometida com o pagamento de dívidas.
Para 76,5% das famílias endividadas, o cartão de crédito é o principal tipo de dívida, seguido de carnês (15,3%) e financiamento de carro (11,1%).
Inflação sobe
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) subiu 0,32% em agosto depois de terminar julho com avanço de 0,37%, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira. Na comparação com a terceira quadrissemana do mês, o indicador também mostrou algum alívio, após ter subido 0,39% no período anterior.
A FGV informou que, na comparação com a terceira quadrissemana, destacou-se o resultado do grupo Educação, Leitura e Recreação, cujos preços subiram 0,50% contra alta de 1,11% no período anterior.
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