De acordo com ele, a oposição, vai “tentar ajudar” o governo nas grandes reformas que visem à retomada do crescimento econômico
Por Redação – de Brasília
Novo líder da minoria na Câmara, o deputado Miguel Haddad (PSDB-SP) disse que os partidos da oposição tendem a defender as reformas propostas pela presidenta Dilma Rousseff, entre elas a da Previdência Social. O Partido dos Trabalhadores (PT), no entanto, precisará concordar com as medidas que impõem mais sacrifícios às camadas mais frágeis, econômica e socialmente, da população. Em outras palavras, a direita apóia as medidas, desde que o PT deixe claro que também votará favoravelmente ao novo arrocho.

Parlamentar ligado ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), Haddad assumirá a liderança da minoria na Câmara na próxima semana. Ele foi indicado pelo líder do PSDB na Casa, Antonio Imbassahy (BA), e substituirá o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), que ocupou o cargo no ano passado.
Em entrevista ao diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo, nesta quinta-feira, Haddad diz que sua atuação ocorrerá em duas frentes. A primeira será na “retomada do desenvolvimento econômico do país”, como se este significasse a necessidade de novas medidas amargas contra os trabalhadores.
— Se essas grandes reformas propostas pelo governo tiverem o apoio claro do PT, vamos fazer a discussão e apoiar algumas delas, como a da Previdência — disse.
Direita tenta ‘ajudar’
De acordo com ele, a oposição, vai “tentar ajudar” o governo nas grandes reformas que visem à retomada do crescimento econômico, com medidas amargas para a classe trabalhadora.
— Vamos tentar ajudar o governo, desde que o PT não faça de conta que não é com ele, como vem sinalizando. Algumas reformas, como a da Previdência, são importantes e vamos ter que aprovar — acrescentou.
O discurso de Haddad assemelha-se ao de líderes da base aliada em partidos como PDT e PSD, que ocupam ministérios no governo Dilma, dizem estar abertos para discussão dessas reformas, mas colocam como condição que o PT assuma o protagonismo e o potencial desgaste do debate, principalmente, entre os movimentos sociais e os sindicatos.
Haddad atuará também com foco no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara. Embora defenda o apoio a grandes reformas propostas pelo governo Dilma, o parlamentar avalia que a presidenta perdeu as condições e a legitimidade para seguir no governo.
O novo líder da minoria defendeu, ainda, o apoio do PSDB a um eventual governo do vice-presidente Michel Temer.
— Temer não é o ideal, mas é a melhor solução na atual conjuntura — afirmou, sem cogitar se tal decisão assemelha-se a um golpe de Estado.