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O muro norte-americano começa na Guatemala

Febbraio 9, 2017 13:44 , by Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Mexicanos se indignaram com propostas de Trump para imigração. Mas política de seu governo também é criticada: nos últimos anos, país fechou cerco a centro-americanos que tentam chegar aos EUA e intensificou deportações

Por Redação, com DW – de Washington:

E se o governo mexicano não for vítima da política migratória americana, mas seu agente executório? Não só o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas também o presidente do México, Enrique Peña Nieto, enfrentam críticas crescentes devido à maneira como tratam imigrantes ilegais.

Imigrante da Guatemala espera a passagem de um trem nos arredores da Cidade do México

Imigrante da Guatemala espera a passagem de um trem nos arredores da Cidade do México

– O México intensificou drasticamente a procura por imigrantes ilegais desde 2014. Para os emigrados da América Central, o México é muito perigoso – diz Maureen Meyer, da ONG de defesa dos direitos humanos Wola. “As detenções, deportações e a violência contra imigrantes aumentaram muito.”

Segundo o governo mexicano, entre 2010 e 2015, o número de deportações subiu de 65.802 para 176.726 no país. No ano passado, 147 mil imigrantes ilegais foram deportados do México. Mais de 90% deles vieram de países da América Central, como Guatemala, Honduras e El Salvador.

Desde a adoção de um programa para reforçar o controle na fronteira sul do México, em 2014. A viagem pelo território mexicano se tornou um corredor polonês. Os imigrantes precisam passar por inúmeros controles em rodovias e terminais de ônibus e podem ser pegos a qualquer momento.

Segundo dados do Wola, o número de detenções aumentou de 96.298, em 2013, para 198.141, em 2015. Nos postos fronteiriços mexicanos com Guatemala e Belize. A política posta em prática. Afirmam entidades de defesa dos direitos dos imigrantes, é contrária ao discurso oficial do governo mexicano.

– O Estado mexicano não cumpre as obrigações internacionais e constitucionais. Porque não respeita os direitos humanos dos migrantes – critica a Rede de Documentação das Organizações Defensoras de Migrantes (Redodem).

Segundo uma pesquisa realizada em vários campos de acolhimento na Guatemala pela Redodem com 30 mil imigrantes deportados Aproximadamente 45% dos entrevistados afirmaram que estiveram à mercê da violência do crime organizado. Quase o mesmo número – 41% – reclamou do uso exagerado de força pelas forças de segurança do México.

A linha dura contra imigrantes da América Central e do Sul parece não ter sido politicamente rentável para o governo do México.  E em Washington não há nenhum sinal de gratidão. “Os mexicanos sentem que os seus esforços de reduzir o fluxo de migrantes da América Central aos EUA não são reconhecidos”, diz Meyer.

A especialista afirma estar convencida de que o presidente mexicano usará o trunfo da migração nas iminentes negociações com o governo Trump. Sobre como proteger a fronteira entre os EUA e o México. Muitos mexicanos são da opinião que os migrantes que querem entrar nos EUA não devem necessariamente ser retidos em território mexicano.

Obama: líder em deportações

O ex-presidente Barack Obama também seguiu uma linha dura em relação ao tema imigração e esperou em vão por reconhecimento político. Durante os seus oito anos na Casa Branca, entre 2009 e 2017, cerca de três milhões de mexicanos foram deportados – mais do que durante o mandato de qualquer outro presidente norte-americano.

– Obama acreditava que conseguiria passar sua legislação de imigração no Congresso. Se mostrasse aos republicanos que ele forçou deportações e seguia uma linha dura – explica Meyer. Mas a esperança provou ser falsa. “Houve deportações em massa de migrantes, separações de famílias e uma crescente militarização da fronteira entre México e EUA”. Lembra a especialista.

Atualmente, o número de deportações caiu novamente. Desde o ápice em 2010. Quando os números oficiais do governo Obama mostravam que 469 mil mexicanos foram enviados de volta ao país de origem. A quantidade de deportações recuou para 143.370 casos em 2016.

Imigrantes pagam a conta?

Milhões de imigrantes ilegais nos EUA temem uma nova onda de detenções e deportações. Além da anunciada construção de um muro fronteiriço, o governo do presidente Trump estaria estudando empregar 10 mil policiais adicionais. Para procurar por imigrantes ilegais num raio de 100 quilômetros ao longo da fronteira com o México.

Além disso, tem circulado uma nova ideia de como a construção do muro deve ser financiada. O senador republicano Mike Rogers, do Estado do Alabama. Sugeriu taxar as remessas enviadas por imigrantes mexicanos a seus familiares no México com um imposto de 2%.

À primeira vista, um negócio lucrativo. Pois, entre novembro de 2016 e janeiro de 2017. Remessas de imigrantes mexicanos às suas famílias totalizaram US$ 27 bilhões. Para as autoridades fiscais dos EUA, isso significaria uma receita adicional de US$ 540 milhões.

Para a economia do México, no entanto, isso seria um golpe duro. E caso o novo governo dos EUA adote essa medida. Provavelmente abriria uma nova disputa judicial. Pois um imposto sobre remessas para apenas um grupo populacional será provavelmente considerado inconstitucional.    

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Source: http://www.correiodobrasil.com.br/o-muro-norte-americano-comeca-na-guatemala/

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