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Odebrecht, em juízo, disse pagar R$ 50 milhões para Aécio Neves

marzo 20, 2017 17:45 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Além de Marcelo, outros executivos da construtora afirmaram que a Odebrecht realizou o pagamento a Aécio Neves, no valor de R$ 30 milhões, enquanto a Andrade Gutierrez se encarregou dos R$ 20 milhões restantes

 

Por Redação – de Belo Horizonte e Brasília

 

Principal articulador do golpe de Estado, em curso, e o desastre que se segue na economia, após a quebra de confiança mundial na democracia brasileira, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi, mais uma vez, denunciado no âmbito da Operação Lava Jato. O engenheiro Marcelo Odebrecht, dono da maior empreiteira latino-americana, disse aos promotores coordenados pelo juiz Sérgio Moro que pagou R$ 50 milhões a Neves, para garantir a entrada de duas estatais. A saber: a Cemig, controlada pelo governo mineiro, e a federal Furnas, num consórcio para a construção de uma das usinas do Rio Madeira, na Amazônia.

Líder nacional do PSDB, o senador Aécio Neves foi, novamente, citado como beneficiário de um esquema de corrupção em Furnas

Líder nacional do PSDB, o senador Aécio Neves foi, novamente, citado como beneficiário de um esquema de corrupção em Furnas

Além de Marcelo, outros executivos da construtora afirmaram que a Odebrecht realizou o pagamento de R$ 30 milhões, enquanto a Andrade Gutierrez se encarregou dos R$ 20 milhões restantes, segundo dados vazados para a mídia conservadora, nas últimas 48 horas. Campeão de delações na Lava Jato, Aécio é o alvo do maior número de inquéritos da chamada “Lista de Janot”. Em nota, ele afirmou ser “absolutamente falsa a pretensa acusação”. A Odebrecht, no entanto, ficou de apresentar os comprovantes de que pagou a propina a um operador de Aécio Neves, na conta de um banco em Cingapura.

Indícios

Uma vez autorizado o inquérito, no Supremo Tribunal Federal (STF), competirá à Polícia Federal (PF) iniciar a fase da investigação, propriamente dita, com o recolhimento das provas. Com indícios consistentes da atitude criminosa, a PGR oferecerá a denúncia, que, aceita no STF, tornará Aécio Neves em réu no processo. É o suficiente para que seja pedida a cassação de seu mandato até o final do julgamento.

Ainda em 2007, na época em que foi leiloada a concessão para as obras da usina Santo Antônio, no Rio Madeira, o hoje presidente do PSDB era um ferrenho adversário político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Neves exercia seu segundo mandato no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte. Sob seu comando, as Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) ganhou a disputa.

Furnas e Cemig

O então governador tucano também exercia presença junto ao principal investidor da usina, a empresa Furnas. Esta é a relação apontada por políticos como o ex-deputado Roberto Jefferson e o ex-senador Delcídio do Amaral, além de um lobista do PT que foi preso pela Lava Jato, Fernando Moura. Furnas é a principal acionista da Santo Antônio Energia, com 39% do capital. Odebrecht e Andrade Gutierrez detêm, respectivamente, 18,6% e 12,4% das ações.

Um fundo da Caixa Econômica Federal controla 20%, enquanto a Cemig tem 10%. A construção da hidrelétrica custou R$ 20 bilhões.
Marcelo e outros executivos da Odebrecht afirmaram aos procuradores da Operação Lava Jato que as empresas decidiram fazer o acerto com o tucano porque queriam ter uma boa relação com as duas sócias da usina sobre as quais Aécio tinha influência – ou seja, Furnas e Cemig.

Se houvesse problemas com essas empresas durante a construção da hidrelétrica, o tucano poderia ajudar a Odebrecht e a Andrade Gutierrez, segundo o que disseram os delatores. Ainda pesou o fato de que a Odebrecht via no tucano um político em ascensão.

Mais delatores

O ex-presidente da Odebrecht é o terceiro dos colaboradores da Operação Lava Jato a associar o nome de Aécio a Furnas. Antes dele, o doleiro Alberto Youssef e Delcídio disseram ter ouvido comentários de terceiros sobre a suposta relação entre o hoje senador tucano e a estatal federal de energia durante o governo federal petista.


O tucano nega que tivesse qualquer tipo de influência sobre Dimas Toledo, ex-diretor de Furnas, apontado como seu aliado na estatal. O relato do acerto financeiro para beneficiar Aécio no caso de Santo Antônio é um dos temas que serão abordados na complementação que a Andrade Gutierrez terá de fazer de sua delação, em razão das novas acusações feitas pela Odebrecht em sua delação premiada. Procuradores avisaram representantes da empreiteira de que todos os detalhes sobre a usina terão de ser esclarecidos.

Odebrecht fala

A Odebrecht afirmou, por meio de nota enviada aos meios de comunicação, que “não se manifesta sobre o teor de eventuais colaborações de pessoas físicas”. A nota diz, ainda, que “a empresa reafirma seu compromisso de colaborar com as autoridades. A Odebrecht declara ainda que está implantando as melhores práticas de ‘compliance’, baseadas na ética, transparência e integridade”.

Ainda segundo um dos jornais conservadores paulistanos, “a Andrade Gutierrez não quis comentar os relatos dos delatores, ‘mas reitera seu compromisso de continuar colaborando com os órgãos competentes nas investigações para esclarecer assuntos do passado”.

“Furnas afirma que ‘adota as melhores práticas de governança ética, profissional e transparente”. Em nota, a estatal de energia elétrica diz: “A companhia sempre esteve à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários às autoridades e é a principal interessada na elucidação dos fatos relatados”.

“Já a Cemig declarou em nota que ‘prefere aguardar a evolução das investigações no âmbito da Operação Lava Jato antes de emitir qualquer comentário a respeito’ das delações de executivos da Odebrecht”, conclui.

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Origen: http://www.correiodobrasil.com.br/odebrecht-pagar-50-milhoes-aecio-neves/

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