Juiz emite ordem de prisão contra Alejandro Toledo, acusado de receber propina de 20 milhões de dólares para favorecer construtora. Empresa admitiu ter pagado subornos a funcionários peruanos entre 2005 e 2014
Por Redação, com DW – de Lima:
Um juiz emitiu nesta sexta-feira uma ordem de prisão preventiva contra o ex-presidente do Peru Alejandro Toledo, por supostamente receber US$ 20 milhões em propinas da Odebrecht. Se não retornar imediatamente ao Peru, Toledo será incluído na lista dos foragidos mais procurados do país.

Alejandro Toledo foi presidente do Peru de 2001 a 2006
A lista dos mais procurados do Peru inclui pessoas acusadas de crimes graves e com ordens de prisão. Pelos quais o Ministério do Interior oferece recompensa financeira em troca de informações que permitam localizar e prender os foragidos, dentro ou fora do país.
O juiz Richard Concepción ordenou a prisão de Toledo por considerar que há evidências suficientes de sua intervenção em favor da Odebrecht na licitação das obras da estrada Interoceânica do Sul.
Segundo o promotor Hamilton Castro. Toledo recebeu US$ 20 milhões em subornos pagos entre 2006 e 2010. As propinas foram recebidas por meio de uma rede de empresas offshore. Em nome do empresário peruano-israelense Josef Maiman, amigo íntimo do ex-presidente.
O Ministério do Interior afirmou que enviará um alerta vermelho aos 190 países que compõem o sistema da Interpol. Assim que receber a notificação da decisão do juiz, que ordenou que Toledo fique preso preventivamente por 18 meses.
Esquema de subornos
A Odebrecht admitiu ter pagado US$ 29 milhões em subornos a funcionários peruanos entre 2005 e 2014. A empreiteira fechou um acordo com o Ministério Público do Peru para pagar US$ 9 milhões como uma antecipação da devolução dos lucros ilícitos obtidos com os subornos, além de entregar toda informação ou documentação que seja requerida pelas autoridades peruanas.
Entre os que ocuparam a presidência do Peru após a restauração da democracia no país, em 1980. Toledo é o que, neste momento, está envolvido no caso Odebrecht. A suposta propina de US$ 20 milhões foi denunciada por Jorge Barata, ex-diretor da construtora brasileira no Peru.
Toledo vive nos EUA, onde trabalha como pesquisador da Universidade de Stanford, e na semana passada esteve em Paris. Ele negou ter recebido subornos e acusou seus “inimigos” de terem gerado as acusações para se vingarem por ele ter defendido a recuperação democrática do país.
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