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OMC: presença de Bolsonaro no governo impede acordo Mercosul-UE

4 de Agosto de 2020, 14:33 , por Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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No ano passado, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, Bolsonaro anunciou com um estardalhaço o acordo entre os dois blocos econômicos, como se as o fechamento das negociações que se arrastam há duas décadas fosse uma vitória de sua administração.

Por Redação, com Reuters – de Brasília

Diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o diplomata Roberto Azevêdo colocou por terra, nesta terça-feira, aquele que seria o único avanço do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), em quase dois anos de mandato. Azevêdo assegurou que o momento político não é o mais favorável para o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.

Roberto Azevêdo disse que tomou uma decisão pessoal, para ajudar no processo de substituição do seu cargo, na OMCRoberto Azevêdo disse que tomou uma decisão pessoal, para ajudar no processo de substituição do seu cargo, na OMC

No ano passado, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, Bolsonaro anunciou com um estardalhaço o acordo entre os dois blocos econômicos, como se as o fechamento das negociações que se arrastam há duas décadas fosse uma vitória de sua administração.

Nos meses seguintes, no entanto, a realidade se confirmou em direção completamente oposta. O diretor-Geral da OMC recomendou, no entanto, que ambas as partes mantenham o senso de urgência e pensem no longo prazo, para que a oportunidade não se perca.

— Com pandemia em curso, com a desaceleração tão dramática das economias, haverá pressões imagino que dos dois lados para evitar choques de oferta e demanda, sobretudo de oferta, muito fortes neste momento — afirmou, em um seminário online promovido pela ICC Brasil e a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Negociação

Azevêdo afirmou, ainda, que o Brasil precisa fazer dever de casa para se inserir de maneira mais efetiva às cadeias globais de produção e destacou que o acordo Mercosul-UE dá “excelente oportunidade para se avançar nesse sentido”.

Sem citar diretamente que a presença de Bolsonaro no governo é o principal entrave às negociações com o bloco econômico europeu, o diplomata, que está de saída do cargo, pontuou ter aprendido ao longo dos seus sete anos à frente da OMC que a conjuntura política e econômica pode se alterar de uma hora para outra.

— Podem aparecer imprevistos de todo lado, como pressões na área ambiental, por exemplo, ou na área de padrões trabalhistas, coisas que não estavam tão evidentes no radar. Então eu não perderia o sentido de urgência, acho que essa seria a minha principal mensagem — sublinhou, frisando que isso pode vir a complicar a negociação.

Questão ambiental

A certa altura do debate, Azevêdo frisou que a questão ambiental “está aí para ficar” nas relações comerciais, e que na OMC já se discutem negociações que levem o tema em consideração.

— A questão ambiental está aí para ficar, não adianta ficar imaginando que é uma coisa circunstancial, conjuntural, isso vai mudar se a gente explicar melhor, não é isso. Qualquer grande acordo mundial que vier no futuro eu acho que essa discussão vai estar sendo discutida, não tem como fugir dela — concluiu.


Fonte: https://www.correiodobrasil.com.br/omc-bolsonaro-governo-impede-acordo-mercosul-ue/

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