O Exército Árabe da Síria terminou a libertação dos quarteirões orientais de Aleppo, “o que criou condições para a regularização pacífica do conflito na Síria”, afirmou o chefe de Operações do Estado-Maior, tenente-general russo Sergei Rudskoi
Por Redação, com agências internacionais – de Nova York, EUA, e Damasco
Na sua última entrevista coletiva como secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon afirmou que a organização falhou totalmente na Síria.
— De hoje em adiante, Aleppo é sinônimo de ‘inferno. Todos nós frustramos as expetativas do povo sírio. A paz apenas triunfará quando for acompanhada por compaixão, justiça e responsabilidade pelos crimes repugnantes — disse Ban Ki-Moon.
Mais cedo, na sexta-feira, o Exército Árabe da Síria terminou a libertação dos quarteirões orientais de Aleppo. A vitória do presidente da Síria, Bashar Al-Assad “criou condições para a regularização pacífica do conflito na Síria”. A afirmação é do chefe de Operações do Estado-Maior, tenente-general russo Sergei Rudskoi.
O representante permanente da Rússia na sede da ONU, em Genebra, Alexei Borodavkin, também se pronunciou. Ele frisa que, após a libertação de Aleppo, a Rússia espera que as organizações humanitárias da ONU empreendam ações profissionais e despolitizadas. Que visem, de fato, ajudar os habitantes da cidade.
Todo o possível
O Ministério da Defesa da Rússia comunicou que a evacuação de militantes, efetuada em conjunto com o Exército Sírio, conseguiu separar verdadeiramente a “oposição moderada” dos terroristas. É algo que campanha norte-americana nunca foi capaz de fazer.
A operação mostra que é importante ter a vontade de chegar a um acordo com todas as partes em conflito no terreno. “A fim de alcançar a reconciliação na Síria”, frisou o Ministério, em nota. Por volta de 10 mil pessoas foram salvas na sequência da operação de retirada de militantes de Aleppo, acrescentou.
— A operação conduzida pelo Centro russo para a Reconciliação na Síria é única. Toda ação foi destinada à evacuação dos militantes e suas famílias de Aleppo. Esta operação salvou a vida de cerca de 10 mil sírios. A operação deu a oportunidade de impor o regime de cessar fogo não só em Aleppo, mas também em outras regiões sírias — afirmou o major-general Igor Konashenkov.
Militantes
O representante oficial do Ministério da Defesa russo também ressaltou que foi, “em primeiro lugar, graças aos esforços dos militares russos do Centro para a Reconciliação na Síria que a verdadeira separação entre os militantes da chamada oposição moderada e os radicais se tornou possível. Durante um ano inteiro, os nossos parceiros norte-americanos achavam que isso era impossível de ser implementado”.
— Todas as tentativas de substituir este difícil processo de negociação com a oposição armada no terreno através de conferências nas capitais do Ocidente, com os representantes do Alto Comitê para Negociações ou por meio do envio de alguns ‘observadores’ a Aleppo, são inúteis. E levam a um beco sem saída. Quanto mais cedo (as autoridades de) Paris, Londres e Washington, que nem sequer conseguem enviar ajuda humanitária para a Síria, o compreendam, mais depressa se estabelecerá a paz (na Síria) — acrescentou.
Na sexta-feira, o Estado-Maior russo comunicou que cerca de 4,5 mil militantes que operavam em Aleppo oriental eram islamistas radicais e que a maioria deles já foi evacuada.
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