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Os benefícios de crescer num lar bilíngue

15 de Dezembro de 2015, 14:55 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Crianças expostas desde cedo a dois ou mais idiomas desenvolvem maior velocidade de raciocínio e conseguem aprender mais rápido

Por Redação, com DW – de Brasília:

O ensino de idiomas a crianças pequenas divide os pais. De um lado, muitos temem confundir a cabeça dos pequenos, ainda em formação. Do outro, estão aqueles que sonham em ver, logo, os filhos se expressando em outra língua.

Mas há, ainda, aqueles que não tiveram escolha, como a designer gaúcha Diana Calvosa Scheinkman, de 35 anos. Há 14 ela emigrou para Israel, onde conheceu o marido, Mariano, argentino. Até a chegada do primeiro filho, cinco anos atrás, o casal se comunicava em espanhol, misturando, ocasionalmente, expressões em hebraico na conversa. Quando Lior nasceu, entre fraldas e mamadeiras, surgiu o português em casa. O casal, de nacionalidades diferentes, teve de improvisar.

A exposição a idiomas distintos traz mais vantagens que desvantagens, pois a criança aprende muito mais rápido
A exposição a idiomas distintos traz mais vantagens que desvantagens, pois a criança aprende muito mais rápido

– Nós não escolhemos um idioma dentro de casa. Cada um fala o seu. Eu falo com meu filho em português, e meu marido, em espanhol. Ele sabe direitinho diferenciar a língua de cada um e responde no respectivo idioma. Nós fazemos um esforço muito grande para falar cada um sua língua e não misturar nunca, para não confundir. É um investimento, porque queremos que, além do hebraico, ele saiba também o português e o espanhol – conta Diana, que ainda é mãe do pequeno Adam, de apenas dez meses.

A estratégia parece ter dado certo. Lior parece separar corretamente os três idiomas do alto de seus cinco anos. Mas o bom desenvolvimento do filho não impediu que Diana passasse por alguns sustos. Certa vez, ela entrou em pânico quando Lior retornou à creche após as férias de verão. Afinal, o pequeno havia aprendido muitas palavras novas, em casa, mas em português e espanhol. E Diana temia que ele preferisse se expressar nos idiomas latinos e não conseguisse se fazer entender, em hebraico, junto às professoras e aos colegas.

– Eu preparei um glossário e entreguei para as professoras israelenses. Escrevi as traduções de tudo o que ele balbuciava, tudo o que ele queria dizer. Fiquei apavorada, achando que ninguém ia entendê-lo. As professoras também ficaram em alerta, mas depois perceberam que ele se comunicava bem em hebraico – diz a designer, aliviada.

Facilidade em processar sons

A exposição a idiomas distintos traz mais vantagens que desvantagens, pois a criança aprende muito mais rápido. Augusto Buchweitz, pesquisador do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul, explica que essa facilidade é possível graças à neuroplasticidade.

É como se o cérebro fosse mais maleável para receber e processar informações. Testes indicam que as crianças bilíngues acabam, de fato, tendo uma maior velocidade de raciocínio ao realizar mais de uma tarefa simultaneamente. Entre os seis meses os quatro anos, quando estimulados, os neurônios passam a fazer novas conexões e especializações, construindo os chamados “circuitos da linguagem”.

O ensino de idiomas a crianças pequenas divide os pais. De um lado, muitos temem confundir a cabeça dos pequenos, ainda em formação. Do outro, estão aqueles que sonham em ver, logo, os filhos se expressando em outra língua.

Mas há, ainda, aqueles que não tiveram escolha, como a designer gaúcha Diana Calvosa Scheinkman, de 35 anos. Há 14 ela emigrou para Israel, onde conheceu o marido, Mariano, argentino. Até a chegada do primeiro filho, cinco anos atrás, o casal se comunicava em espanhol, misturando, ocasionalmente, expressões em hebraico na conversa. Quando Lior nasceu, entre fraldas e mamadeiras, surgiu o português em casa. O casal, de nacionalidades diferentes, teve de improvisar.

– Nós não escolhemos um idioma dentro de casa. Cada um fala o seu. Eu falo com meu filho em português, e meu marido, em espanhol. Ele sabe direitinho diferenciar a língua de cada um e responde no respectivo idioma. Nós fazemos um esforço muito grande para falar cada um sua língua e não misturar nunca, para não confundir. É um investimento, porque queremos que, além do hebraico, ele saiba também o português e o espanhol – conta Diana, que ainda é mãe do pequeno Adam, de apenas dez meses.

A estratégia parece ter dado certo. Lior parece separar corretamente os três idiomas do alto de seus cinco anos. Mas o bom desenvolvimento do filho não impediu que Diana passasse por alguns sustos. Certa vez, ela entrou em pânico quando Lior retornou à creche após as férias de verão. Afinal, o pequeno havia aprendido muitas palavras novas, em casa, mas em português e espanhol. E Diana temia que ele preferisse se expressar nos idiomas latinos e não conseguisse se fazer entender, em hebraico, junto às professoras e aos colegas.

– Eu preparei um glossário e entreguei para as professoras israelenses. Escrevi as traduções de tudo o que ele balbuciava, tudo o que ele queria dizer. Fiquei apavorada, achando que ninguém ia entendê-lo. As professoras também ficaram em alerta, mas depois perceberam que ele se comunicava bem em hebraico – diz a designer, aliviada.

Facilidade em processar sons

A exposição a idiomas distintos traz mais vantagens que desvantagens, pois a criança aprende muito mais rápido. Augusto Buchweitz, pesquisador do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul, explica que essa facilidade é possível graças à neuroplasticidade.

É como se o cérebro fosse mais maleável para receber e processar informações. Testes indicam que as crianças bilíngues acabam, de fato, tendo uma maior velocidade de raciocínio ao realizar mais de uma tarefa simultaneamente. Entre os seis meses os quatro anos, quando estimulados, os neurônios passam a fazer novas conexões e especializações, construindo os chamados “circuitos da linguagem”.


Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/os-beneficios-de-crescer-num-lar-bilingue/

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