As revelações foram baseadas em troca de mensagens entre os procuradores obtidas pela Operação Spoofing. A primeira versão da delação de Barusco mencionava suposto acerto de propina entre funcionários de carreira da Petrobras, representantes de empreiteiras e políticos do PP. Mas não citava o PT.
Por Redação – de São Paulo
Os procuradores Deltan Dallagnol – ex-chefe da Operação Lava Jato – e Athayde Ribeiro propuseram cláusulas extras, criaram uma nova versão e negociaram os termos da delação premiada do ex-executivo da Petrobras Pedro Barusco. O objetivo era incluir o PT na delação, “com a intenção manifesta de atingir fins políticos e ‘derrubar a República’”, segundo o jornalista Vinicius Segalla, do Diário do Centro do Mundo (DCM).

As revelações foram baseadas em troca de mensagens entre os procuradores obtidas pela Operação Spoofing. A primeira versão da delação de Barusco mencionava suposto acerto de propina entre funcionários de carreira da Petrobras, representantes de empreiteiras e políticos do PP. Mas não citava o PT.
Reações
Diante de mais um escândalo envolvendo a Operação Lava Jato, parlamentares petistas reagiram com indignação, chegando a sugerir a prisão de Dallagnol. O procurador também é citado em um rumoroso caso de desvio de recursos. A operação entre o governo norte-americano e uma fundação de integrantes do judiciário brasileiro foi vetada, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).
— Já pedi a prisão de Moro, Dallagnol e toda a quadrilha diversas vezes. O escândalo da delação de Barusco, que veio à tona, é só mais um da indústria de delação criada pela ORCRIM de Curitiba — afirmou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS). ”Abaixo a república… KKK’, disse Dallagnol”, destacou ainda o parlamentar, classificando a revelação como “um escárnio”.
“Escárnio” também foi o termo utilizado pela deputada Maria do Rosário (PT-RS).
— Dallagnol escreveu o que queria em uma delação que cabia a ele próprio homologar. É um crime, um escárnio, uma vergonha que até agora não tenha sido responsabilizado — afirmou.
O deputado Rogério Correia (PT-MG) foi enfático:
— É preciso prender Deltan Dallagnol, o cretino. Para isto o Conselho Nacional do Ministério Público precisa abrir investigação contra ele e não proteger seus crimes!
Para o deputado Nilto Tatto (PT-SP), Dallagnol, o tempo todo, “posou de bom moço, porém agia como chefe de quadrilha”. O parlamentar disse que, “se ainda houver seriedade, o MPF deve expulsá-lo da instituição e Dallagnol deverá responder pelos seus crimes.