Permanecer ao lado de um governante que desce, de forma constante, nas pesquisas de opinião é um péssimo negócio. A debandada começa assim. Esta é a avaliação de parte dos deputados e senadores que ainda sustentam o governo
Por Redação – de Brasília
No Congresso, por enquanto, há apenas um burburinho nos corredores, como pode apurar a reportagem do Correio do Brasil. Mas, em certos gabinetes da suposta ‘base aliada’ ao governo do presidente de facto, Michel Temer, é voz corrente que o atual mandatário “é carta fora do jogo”. Foi o que afirmou o assessor de um importante parlamentar. Muitos já se arrependem do voto pela ruptura democrática, em Maio do ano passado.
Permanecer ao lado de um governante que desce, de forma constante, nas pesquisas de opinião é um péssimo negócio. Esta é a avaliação de parte dos deputados e senadores que ainda sustentam o governo. De acordo com a pesquisa Ipsos, para 90% dos brasileiros, o país segue no rumo errado, com Temer na Presidência.
Debandada
Primeiro expoente desta maré vazante para o atual governo, imerso até o pescoço nas investigações da Operação Lava Jato, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) trata de cuidar do futuro. Citado também nas delações premiadas do empreiteiro Marcelo Odebrecht, o líder do Governo do Senado demonstrou, em um vídeo distribuído nas redes sociais, que está cada vez mais distante dos atuais inquilinos do Palácio do Planalto. Renan critica a terceirização e o aumento de impostos sobre a folha de pagamento. No discurso, praticamente rompe com o aliado peemedebista.
Nos bastidores, ainda segundo apurou o CdB, Calheiros tem buscado conversar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O líder petista lidera em todos os cenários para a sucessão presidencial, prevista para o ano que vem. O senador alagoano tem aumentado o tom das críticas ao governo Temer, nos últimos dias. A oferta de cargos e de recursos para o Estado governado por seu filho, Renan, ainda segundo as fontes que conversaram com a reportagem do CdB, com pedido para não ser identificadas, não foram suficientes para demover o parlamentar da sua intenção de desembarcar do governo.
Preocupado com a sua reeleição e a do filho, Calheiros tem causado um estrago na base aliada ao apostar em uma nova aliança com Lula para 2018. Desde a deposição da presidenta Dilma Rousseff (PT), no ano passado, Calheiros mantém um canal aberto de diálogo com a oposição. Mesmo durante o julgamento, ele foi o responsável pela manutenção dos direitos políticos de Dilma. Fez um pedido ao Plenário do Senado, e foi atendido, para que a presidenta deposta pudesse manter sua elegibilidade.
O post Parlamentares planejam debandada de governo rejeitado e prestes a cair apareceu primeiro em Jornal Correio do Brasil.