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Pesquisa mostra que ampla maioria de brasileiros rejeita governo Temer

6 de Março de 2017, 13:39 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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“Em abril de 2016, uns 62% aprovaram o impeachment de Dilma, mas 50% também queriam o de Temer. O descontentamento era contra a classe política inteira e não mudou de intensidade nem de direção”, afirma pesquisador

 

Por Redação – de São Paulo

 

Pesquisa divulgada nesta segunda-feira aponta que, para 84% dos brasileiros, o governo do presidente de facto, Michel Temer, segue ladeira abaixo. Não se trata de um estudo realizado por alguma instituição ligada à esquerda. A pesquisa “O Brasileiro e a Política” foi realizada pelo Instituto Locomotiva.

O 'Fora Temer!' foi o grito que cada folião, em todo o país, não pode calar na garganta

O ‘Fora Temer!’ foi o grito que cada folião, em todo o país, não pode calar na garganta. Muito menos na pesquisa de opinião

Trata-se de uma instituição com o neoliberalismo em seus alicerces, sob a direção do economista Renato Meirelles e o apoio da Ford Foundation, entre outros patrocinadores ligados às mesmas forças da direita que derrubaram o governo da presidenta Dilma Rousseff (PT).

Régua de qualidade

A aferição junto à opinião pública mostra, ainda, que 96% dos eleitores descobriram, enfim, que o país vive uma crise. Destes, 75% a consideram gravíssima. O resultado também aponta para o distanciamento entre os cidadãos e a classe política. O fenômeno ocorre há mais de uma década mas, diz o Locomotiva, volta agora à toda velocidade.

— Os dados, no conjunto, mostram que o descolamento entre dirigentes e opinião pública nunca chegou a um patamar tão grande. o que temos hoje, no país, é um caminho sem volta. Somente se resolverá quando se repactuar um novo modelo para gerir a sociedade — afirma Meirelles à jornalista Sonia Racy, colunista de um dos diários conservadores paulistanos.

Verdades absolutas

Desde 2014, lembra Meirelles, um terço do eleitorado brasileiro votou em Dilma. Um terço em Aécio. E um terço não votou, como demonstra a soma dos votos nulos, brancos e as abstenções.

— Assim, qualquer que fosse o vencedor teria contra si dois terços do Brasil. Foi principalmente a partir de 2013, quando a cidadania mudou sua régua de qualidade, tornando-se mais exigente com as autoridades. O que impressiona é como a classe política desprezou a importância disso. Até hoje ela não enxerga direito a situação — acrescentou.

Segundo o Instituto, “em um mundo que se transforma cada vez mais rápido, verdades absolutas são a todo momento destruídas, e apenas uma certeza parece segura: novas mudanças virão. Mudam as tecnologias, mudam as relações humanas, mudam os clientes, novos negócios surgem e outros tornam-se obsoletos”.

Fora Temer

“No Brasil não é diferente. Mudamos muito na última década e vamos continuar mudando. O consumidor amadureceu, o cidadão ficou mais exigente e já temos uma geração inteira que nasceu conectada. Nos últimos 10 anos, mais de 10 milhões de mulheres entraram no mercado de trabalho. (Neste período), 53 milhões de pessoas passaram a ter acesso à Internet, 50 milhões de contas bancárias foram abertas e o país ganhou 10 milhões de universitários”.

— Os dados, no conjunto, mostram que o descolamento entre dirigentes e opinião pública nunca chegou a um patamar tão grande — acrescenta Meirelles.

Para o economista, o povo que foi à rua “já sabia o que não queria, foi marcar presença a respeito”.

— Em abril de 2016, uns 62% aprovaram o impeachment de Dilma, mas 50% também queriam o de Temer. O descontentamento era contra a classe política inteira e não mudou de intensidade nem de direção. Aí você pergunta: o que eles querem? Eles não sabem. Querem é algo diferente — disse.

Classe dirigente

Em outro ponto, o efeito da mensagem religiosa passada aos brasileiros mostra a sua face.

— O estudo mostra que 64% acreditam que para melhorar dependem mesmo é de si próprios, ou de seu esforço. E 45% (as respostas são múltiplas) confiam “na fé e em Deus”. Ou seja, não esperam nada de um governo — pontua.

Uma alta parcela dos entrevistados “não acredita em governo para melhorar de vida”, constata.

— A classe dirigente fica discutindo entre Estado grande e Estado pequeno. Isso pouco importa para o cidadão. Ele quer um Estado eficiente. Que faça valer seus direitos, dê igualdade de oportunidades — acredita.

Segundo o dirigente empresarial, a descrença leva ao descolamento dos eleitores do quadro político atual.

— Aquela “família margarina” tradicional, reunida no café da manhã, constitui hoje apenas um terço do total das famílias brasileiras. Temos no país 10 milhões de pessoas que vivem sozinhas – um mercado específico, de comportamentos e expectativas pouco avaliadas. A comunicação não é mais só TV-rádio-jornal, as redes sociais se expandiram. A nova comunicação não se resume a passar mensagem e pronto, é de trocas dinâmicas — repara.

Time de futebol

Meirelles observa que, o Brasil ganhou 54 milhões de novos internautas na última década.

— É gente que vê, ouve, escreve, responde, aprova, discorda, espalha. E é um fenômeno global. Fazer análise correta do presente e previsão do futuro virou uma tarefa mais arriscada. Um exemplo: 43% dos que apoiam partidos de esquerda acreditam em Deus e dizem que isso as torna pessoas melhores. E mais: 47% desse universo dito esquerdista acha que direitos humanos não devem valer para bandidos — impressiona-se.

Na outra ponta, 85% dos que apoiam partidos ditos de direita afirmam que cabe ao governo promover justiça social.

— E 64% acham positivo o governo ter empresas estatais fortes — contabiliza.

O pesquisador acredita que, para se entender de fato, hoje, como as pessoas selecionam os fatores que formam suas avaliações de si e do mundo, é preciso levar em conta que condição financeira não é predominante. E que a posição política está empatada com o time preferido — conclui.

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Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/pesquisa-mostra-que-ampla-maioria-de-brasileiros-rejeita-governo-temer/

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