Nesta sexta-feira, um consórcio liderado pela empresa canadense Brookfield comprou da Petrobras 90% da unidade de gasodutos Nova Transportadora Sudeste (NTS)

Por Redação – do Rio de Janeiro

A ordem que os atuais ocupantes da maior empresa petrolífera da América Latina têm é a de vender seus ativos, o quanto antes. A orientação é do presidente de facto, Michel Temer. Ele já havia anunciado a intenção de fazer caixa, o mais rápido possível. Sem segurança de que chegará no poder, até 2018, a intenção é aproveitar o tempo que lhe resta, no Palácio do Planalto

Michel Temer quer vender ativos das estatais brasileiras, entre elas a Petrobras, o quanto antes

Nesta sexta-feira, a empresa canadense Brookfield comprou da Petrobras 90% da unidade de gasodutos Nova Transportadora Sudeste (NTS). Trata-se de um negócio de aproximadamente US$ 5,2 bilhões.

A Brookfield vai deter uma participação de controladora no consórcio. A operação inclui os fundos CIC Capital Corp, da China, e GIC Private, de Cingapura. São clientes da Brookfield Asset Management, e o fundo de pensões de British Columbia, no Canadá. A agência inglesa de notícias Reuters havia antecipado o valor da operação, em 8 de setembro. Citou fonte com conhecimento direto do assunto.

Nesta manhã, a Petrobras informou que a primeira parcela do montante acordado, correspondente a 84% do valor total (US$ 4,34 bilhões), será paga no fechamento da operação. O restante (US$ 850 milhões), em cinco anos.

O acordo para a venda da NTS, tem cerca de 2,5 mil quilômetros de gasodutos no Sudeste do Brasil. Representa o maior desinvestimento até o momento dentro do plano da Petrobras de vender US$ 15,1 bilhões em ativos em 2015 e 2016.

A estatal busca venda de ativos para abater parte de sua dívida — que somou em termos líquidos R$ 332,39 bilhões em 30 de junho.

Petrobras à venda

“Essa operação abre oportunidades para que parcerias com outras empresas, com larga experiência e condições de investimento, contribuam para o fortalecimento da indústria de gás natural no Brasil”, afirmou a Petrobras, em nota.

A estatal afirmou ainda que o acordo fomenta também novos investimentos na ampliação da infraestrutura de transporte de gás. O objetivo será criar um modelo de desverticalização da cadeia de gás natural. A estatal brasileira, como dona de 10% da NTS, terá direitos de governança habituais compatíveis com o tamanho de sua participação.

O investimento da Brookfield Infrastructure será de cerca de 20% do negócio. A Brookfield Asset Management concordou em participar inicialmente com cerca de 30% de fatia no consórcio, inicialmente.

A conclusão da transação está sujeita à aprovação da Assembleia Geral da Petrobras. Também depende de determinadas condições precedentes usuais, incluindo a aprovação pelos órgãos reguladores competentes.

A Brookfield é uma das maiores gestoras de ativos do mundo. Conta com mais de US$ 200 bilhões sob administração e vasta experiência em ativos de infraestrutura e energia. Em seu portfolio, inclui empresas com mais de 14 mil quilômetros de gasodutos nos EUA, Canadá e Austrália.

O consórcio comprador é formado, ainda, pelo fundo de pensão British Columbia Investment Management Corporation (BCIMC), e os fundos soberanos da China e de Cingapura.

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