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PGR é questionado se tomará providências contra mandatário

November 25, 2021 15:04 , by Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Diante da demora do procurador-geral em acenar com uma resposta, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado decidiu chamá-lo para conversar. A comissão quer que o maior representante do Ministério Público explique o que pretende fazer com o caudaloso relatório de quase 1,2 mil páginas.

Por Redação – de Brasília

Completa-se, nesta sexta-feira, um mês que foi aprovado o relatório final da CPI da Covid no Senado, com o encerramento dos trabalhos. E as expectativas pessimistas que giravam desde sempre em torno do procurador-geral da República, Augusto Aras, parecem se confirmar. Aras recebeu o relatório da CPI da Covid no dia seguinte, 27 de outubro, e ainda não prosseguimento às denúncias.

O procurador-geral Augusto Aras tem sido complacente com o presidente da República, Jair BolsonaroO procurador-geral Augusto Aras tem sido complacente com o presidente da República, Jair Bolsonaro

Diante da demora do procurador-geral em acenar com uma resposta, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado decidiu chamá-lo para conversar. A comissão quer que o maior representante do Ministério Público explique o que pretende fazer com o caudaloso relatório de quase 1,2 mil páginas.

Autor do requerimento de convite a Aras, o senador Randolfe Rodrigues ironizou o fato de que, até o momento, o PGR se comprometeu apenas a instaurar “investigações preliminares” sobre a série de escândalos revelados ou compilados pela CPI. No dia 28 de outubro, Aras anunciou a instauração da tal “apuração preliminar” do que jea foi apurado pela CPI da Covid.

Preliminar

A posição de Aras é semelhante à de Geraldo Brindeiro – escolhido para o cargo pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Brindeiro, chefe da PGR de 1995 a 2003, ficou conhecido como “engavetador-geral da República”. Ele morreu de covid no último dia 29 de outubro.

— A CPI fez uma investigação não preliminar, mas profunda, por seis meses. Não há razão pra investigação preliminar. Queremos saber do procurador-geral da República se ele dará encaminhamento às investigações. Se instaurará um inquérito que seja, no Supremo Tribunal Federal, ou se já moverá ação penal contra presidente da República — afirmou o senador.

Randolfe Rodrigues questiona até se Aras “acha que nada aconteceu no Brasil, que foram normais as mais de 600 mil mortes na pandemia e simplesmente arquiva”.

— Tem que responder isso. Investigação preliminar é uma ação protelatória — acrescentou Randolfe.

Ação penal

Na presidência da CDH, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) respondeu que, como a CPI da Covid apresentou inúmeras provas, e ela é em si mesma um inquérito, Aras não precisaria sequer abrir inquérito.

— Bastaria ele deflagrar a ação penal — disse.

O parlamentar lembrou que, segundo a Constituição, compete privativamente ao Ministério Público promover a ação penal pública, na forma da lei.

Documentos

Na véspera, durante debate do Projeto de Lei Complementar conhecida como Lei Paulo Gustavo, que garante apoio financeiro ao setor cultural do país, sem citar nomes, Randolfe voltou a comentar os que insistem em “não ver”.

— Só cego não vê o óbvio da decorrência da pandemia. Aliás, existem alguns cegos selecionados, que não querem ver as coisas, que têm visão seletiva, que nem viram que existiu pandemia — classificou.

Ao jornalista Roberto D’Ávila, em entrevista na noite passada, Aras respondeu com evasivas sobre se vai comparecer ou não no Senado. Depois de o jornalista repetir a pergunta várias vezes ao longo do programa, Aras acabou dizendo que vai encaminhar o relatório da CPI da Covid, as provas e documentos ao STF.

Conduta

Ainda na véspera, por sua vez, a ministra Cármen Lúcia também cobrou a PGR. A magistrada quer que o STF receba em 15 dias informações sobre “investigação preliminar” aberta por Aras – em agosto –, para apurar (ou não…) conduta de Bolsonaro em ataques ao sistema eleitoral. Trata-se de pedido de investigação, feito por deputados, de live em que o chefe de governo atacou as urnas eletrônicas sem nenhuma prova.

“Pelo exposto, retornem os autos imediatamente à Procuradoria Geral da República para, no prazo máximo de quinze dias, juntar o andamento das apurações que tenham sido adotadas, de forma heterodoxa e não baseados em fundamentos jurídicos expressamente declarados, acompanhado de cópia integral do que tenha sido providenciado na apelidada ‘Notícia de Fato’ esclarecendo-se que eventuais arquivamentos, encaminhamentos, diligências ou apurações preliminares deverão sempre ocorrer nesta Petição e não em documento inaugurado, sem base legal, em ‘Notícia de Fato’ instaurada a partir de cópia destes autos, tudo para que se garanta o controle jurisdicional nos termos da Constituição e das leis da República”, resumiu a ministra.

No início de outubro, a ministra Rosa Weber, em despacho, disse que lhe causou “perplexidade” um parecer da PGR (assinado pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo) segundo o qual não há crime de Bolsonaro ao se colocar contra o uso de máscaras. “Essa conduta não se reveste da gravidade própria de um crime, por não ser possível afirmar que, por si só, deixe realmente de impedir introdução ou propagação da covid-19”, escreveu Lindôra.


Source: https://www.correiodobrasil.com.br/pgr-questionado-tomara-providencias-contra-mandatario/

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