O Exército sírio e seus aliados anunciaram a captura de um grande trecho do leste de Aleppo dos rebeldes no início da semana. Um ataque que ameaça aniquilar a oposição
Por Redação, com Reuters – de Beirute:
O presidente do conselho local de Aleppo implorou nesta quarta-feira para que se suspenda um ataque do governo da Síria no leste para se criar um corredor seguro destinado à saída dos civis da cidade sitiada.

Chanceler francês, Jean-Marc Ayrault, e o presidente do conselho local de Aleppo, Brita Hagi Hasan, em Paris
– Os civis estão pedindo ao mundo que ajude. Em nome da humanidade, deixem os civis saírem da cidade. Ajudem os civis! Protejam os civis! – Disse Brita Hagi Hasan em uma entrevista à imprensa realizada com o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Marc Ayrault.
Ele pediu o estabelecimento imediato de corredores seguros para que os estimados 250 mil civis partam da cidade.
O Exército sírio e seus aliados anunciaram a captura de um grande trecho do leste de Aleppo dos rebeldes no início da semana. Um ataque que ameaça aniquilar a oposição em seu bastião urbano mais importante.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos disse nesta quarta-feira que o governo de Damasco deteve centenas de pessoas que a ofensiva forçou a fugir de áreas controladas pelos rebeldes no leste da localidade.
Hasan, que não conseguiu voltar a Aleppo desde que deixou a cidade. Disse que dezenas de civis foram mortos nesta quarta-feira quando bombas-barril foram lançadas por forças do governo. Ele acrescentou que os rebeldes estão retaliando em áreas de Aleppo ocidental.
– O regime está ocupando algumas áreas (novas) de Aleppo. Temos indícios documentados, provas de execuções e represálias – afirmou. Acrescentando que homens de menos de 40 anos de idade em particular estão sendo visados.
A França, que apoia a oposição ao presidente sírio, Bashar Al-Assad, pediu uma reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Ainda nesta quarta-feira, e o chanceler Ayrault disse que a comunidade internacional não pode fazer vista grossa “aos massacres”.
Síria
A Síria e seus aliados pretendem expulsar os rebeldes de Aleppo antes de Donald Trump assumir como presidente dos Estados Unidos. Disse uma autoridade de alto escalão da aliança militar pró-Damasco no momento em que forças pró-governo obtiveram suas maiores vitórias na cidade em anos.
Os rebeldes enfrentam um dos momentos mais graves da guerra, já que as forças pró-governo afugentaram combatentes de mais de um terço do território que controlam na cidade nos últimos dias. Milhares de civis fugiram em busca de segurança.
O funcionário pró-governo, que não quis ser identificado para poder falar livremente. Indicou mesmo assim que a próxima fase da campanha pode ser mais difícil porque o Exército e seus aliados estão tentando capturar áreas mais densamente povoadas.
Os combatentes rebeldes lutaram bravamente pare impedir que as forças governamentais penetrassem. Ainda mais no enclave dominado pela oposição na terça-feira. Confrontando milícias simpáticas ao presidente sírio, Bashar Al-Assad. Que tentavam tomar a área a partir do sudeste, disse uma autoridade insurgente.
Ataque
O ataque ao leste de Aleppo ameaça aniquilar o centro urbano mais importante na luta contra Assad, que se mantém firme na ofensiva há mais de um ano graças ao apoio militar russo e iraniano.
Capturar o leste rebelado de Aleppo seria a maior vitória de Assad. Até o momento no conflito, que já matou centenas de milhares de pessoas desde que emergiu em resultado dos protestos contra seu governo quase seis anos atrás.
Enquanto Rússia e Irã vêm se mantendo resolutamente ao lado de Assad, os rebeldes dizem que seus apoiadores estrangeiros. Incluindo os EUA, os deixaram entregues à própria sorte em seu enclave sitiado no leste de Aleppo. Maior cidade da Síria antes da guerra civil.
Forças de Damasco auxiliadas por milícias xiitas do Irã, do Líbano e do Iraque arremeteram contra a área dominada pelos insurgentes. A partir do nordeste na semana passada. A autoridade pró-Assad disse que as linhas rebeldes cederam mais rápido do que o esperado.
– Os russo querem finalizar a operação antes de Trump assumir o poder – disse o funcionário, repetindo um cronograma anterior que fontes pró-governo haviam dito ter sido elaborado para mitigar os riscos de qualquer mudança na política norte-americana para a guerra síria.
O Ministério da Defesa russo não respondeu de imediato quando indagado se elaborou tal cronograma.
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